Confusão na UPA Noroeste: bombeiro é agredido e enfermeiro sofre racismo; quatro são presos

25 agosto 2025 às 10h28

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Quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, foram presas após iniciarem briga na UPA Noroeste, no Jardim Curitiba I, em Goiânia, na noite do último domingo, 24. Eles aguardavam atendimento quando o Corpo de Bombeiros chegou pela emergência com uma vítima de acidente de trânsito, o que causou revolta, segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO).
Um funcionário, enfermeiro da UPA, relatou à Polícia Militar (PM) que foi vítima de agressões verbais de cunho racial e homofóbico, além disso, houve tentativa de agressão física e xingamentos contra bombeiros. Além disso, em meio a confusão generalizada, o celular funcional da unidade foi furtado – e depois recuperado pela equipe policial -, e os suspeitos ainda depredaram parte do mobiliário da recepção da unidade, segundo a PM.
Ao Jornal Opção, o delegado Carlos Eduardo Florentino disse que os bombeiros, quando chegaram, foram ao box de emergência da unidade “e o pessoal que estava esperando ser atendido ficou descontente com isso. Não concordaram com o fato de o paciente ter uma prioridade em relação a eles, que já estava esperando há bastante tempo”, disse.
A prioridade de atendimento de uma UPA é definida pelo protocolo de classificação de risco, que avalia a gravidade da situação de cada paciente, priorizando os casos mais graves, independentemente da ordem de chegada. Um dos suspeitos estava com um corte em um dos dedos da mão, motivo que o levou à UPA, e segundo o delegado, o ferimento já foi tratado.
A relação entre eles não foi confirmada, mas segundo nota da Secretaria Municipal de Saúde, os outros três suspeitos acompanhavam o paciente ferido. “Após abertura da ficha na recepção, o paciente invadiu a sala de classificação de risco da unidade, onde outro paciente estava em triagem, exigindo atendimento imediato”, afirmou a nota.
Os suspeitos foram levados à Central de Flagrantes e autuados por injúria racial, desacato, agressão e furto. Como os nomes deles não foram divulgados, o Jornal Opção não conseguiu localizar as defesas. Segundo o delegado, todos continuam presos.
Notas na íntegra
Secretaria Municipal de Saúde – Prefeitura de Goiânia
“A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que o paciente M.S.A. buscou a UPA Noroeste às 19h42 de domingo (24) com corte em um dos dedos da mão, acompanhado de três pessoas. Após abertura da ficha na recepção, M.S.A. invadiu a sala de classificação de risco da unidade, onde outro paciente estava em triagem, exigindo atendimento imediato. O usuário agrediu verbalmente o enfermeiro responsável pela classificação, com ameaças e insultos racistas, e foi conduzido para fora da sala. M.S.A. e os acompanhantes depredaram parte do mobiliário da recepção da unidade e foram contidos por integrantes do Corpo de Bombeiros que estavam na UPA, até a chegada da Polícia Militar.”
Corpo de Bombeiros
“O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO) informa que, na madrugada desta segunda-feira (25), uma equipe da corporação, durante atendimento de rotina na UPA Noroeste, em Goiânia, foi surpreendida por um tumulto já em andamento envolvendo quatro indivíduos. No momento da ocorrência, um dos envolvidos tentou agredir um bombeiro militar e chegou a subtrair um bem funcional da unidade, posteriormente recuperado.
A Polícia Militar foi acionada imediatamente, realizou a detenção dos suspeitos e os conduziu à delegacia, onde foram autuados por injúria racial, desacato, agressão e furto. O CBMGO destaca que não houve feridos entre os militares e reafirma seu compromisso com a segurança da população e a atuação conjunta com os demais órgãos de segurança pública.”
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