A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira, 18, o Projeto de Lei conhecido como PL Antifacção, com 370 votos favoráveis, 110 contrários e 3 abstenções. O texto cria o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, endurece penas, institui novos tipos penais e modifica as regras de distribuição de bens apreendidos em ações contra facções. Entre os representantes de Goiás, 14 votaram a favor, 2 foram contrários e 1 não registrou voto.

Relatado em meio a negociações, o relatório teve seis versões diferentes, o projeto foi levado ao plenário mesmo sem consenso com o governo federal, autor da proposta original. Após a aprovação na Câmara, o texto segue agora para análise no Senado. Entre a bancada goiana, o apoio ao PL Antifacção foi expressivo. Somente Adriana Accorsi (PT) e Rubens Otoni (PT) votaram contra o texto. Já Silvye Alves (União Brasil) foi a única representante de Goiás ausente da sessão, sem registrar voto.

Confira como cada deputado votou:

Votaram “Sim”

  • Adriano do Baldy (PP-GO)
  • Célio Silveira (MDB-GO)
  • Daniel Agrobom (PL-GO)
  • Dr. Ismael Alexandrino (PSD-GO)
  • Dr. Zacharias Calil (União-GO)
  • Flávia Morais (PDT-GO)
  • Gustavo Gayer (PL-GO)
  • Jeferson Rodrigues (Republicanos-GO)
  • José Nelto (União-GO)
  • Lêda Borges (PSDB-GO)
  • Magda Mofatto (PRD-GO)
  • Marussa Boldrin (MDB-GO)
  • Professor Alcides (PL-GO)
  • Samuel Santos (Podemos-GO)

Votaram “Não”

  • Adriana Accorsi (PT-GO)
  • Rubens Otoni (PT-GO)

Ausente

  • Silvye Alves (União-GO)

O que prevê o PL Antifacção

Com a aprovação, o projeto avança para a segunda etapa legislativa levando três eixos principais:

Endurecimento de penas: As punições para crimes ligados a facções, milícias e organizações paramilitares serão ampliadas, alcançando até 40 anos, com possibilidade de aumento quando houver uso de tecnologia avançada, como drones, ou quando os acusados ocuparem função de comando.

Redefinição do uso de bens apreendidos: O texto reorganiza a forma como automóveis, aeronaves, imóveis e recursos financeiros confiscados de organizações criminosas serão destinados aos estados e às forças de segurança.

Criação de novos tipos penais e sistemas integrados: O projeto estabelece bases para criação de bancos nacionais e estaduais de dados sobre facções, além de tipificar condutas específicas relacionadas ao crime organizado.

Clima político da votação

Apesar do projeto ser de autoria do governo federal, a votação evidenciou divergências internas entre partidos da base. Ainda assim, o relator Guilherme Derrite (PP-SP) conduziu um texto que obteve apoio expressivo, tanto de siglas governistas quanto de partidos de oposição.

A aprovação amplia o debate sobre políticas de segurança pública no país, especialmente em um momento em que governadores, como o de Goiás, Ronaldo Caiado, defendem medidas ainda mais rígidas, entre elas, a equiparação do narcotráfico ao terrorismo, tema de sua PEC que deve ser votada em 4 de dezembro.

O Jornal Opção entrou em contato com todos os deputados que votaram a favor da proposta, bem como aqueles que estiveram ausentes na sessão. Até o fechamento desta edição, porém, nenhum deles retornou para comentar os desdobramentos da votação.

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