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Segundo MP-GO, grupo investigado recebeu, em dez anos, aproximadamente R$ 71 milhões

A sede da Companhia de Urbanização do Município de Goiânia (Comurg) é alvo de uma operação do Ministério Público de Goiás. Desde a madrugada desta terça-feira, 26, promotores e policiais cumprem sete mandados de prisão e 36 de busca e apreensão. A ação foi batizada de Operação Fator R.

Segundo o MP, a apuração busca desvelar complexa organização criminosa empresarial que, detentora de grande poderio econômico, é suspeita de fraudar licitações em 148 municípios do Estado de Goiás, 49 municípios do Estado de Mato Grosso, 1 município do Tocantins e 1 município da Bahia.

De acordo com a investigação, o grupo criminoso recebeu, em dez anos, aproximadamente e em valores não corrigidos, R$ 71.675.380,53 em contratos firmados com a quase totalidade dos municípios goianos.

O MP-GO aponta que a atividade criminosa utilizou de esquema fraudulento denominado Falso Simples, que burlou certames, qualificando-se como empresa de pequeno porte ou microempresa, quando na verdade, tratava-se de um único grupo empresarial de grande porte.

Os investigados criaram inúmeras outras empresas com a finalidade de blindar o patrimônio e ocultar a verdadeira propriedade das pessoas jurídicas. Empresas eram sócias de empresas, que tinham outras empresas como sócias, numa grande teia que leva a um mesmo grupo econômico-familiar.

Em inúmeras situações, as pessoas jurídicas possuíam endereço cadastrado semelhante, com o mesmo núcleo familiar nos quadros sociais, evidenciando se tratar de um único conglomerado, que atuava em conjunto, no mesmo propósito: fraudar licitações, obter vantagem e ocultar patrimônio.

Além de fraudar as licitações, os investigados são suspeitos de praticarem falsidades ideológicas, peculato, corrupção, lavagem de capitais, dentre outros crimes.

Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia disse que o suposto esquema ilícito, que teria acontecido em gestões anteriores e que está à disposição para colaborar com as investigações.

Veja a íntegra:

A Prefeitura de Goiânia informa que está à disposição para colaborar com as investigações que culminaram na operação realizada na manhã desta terça-feira, dia 26, pelo Gaeco do Ministério Público de Goiás.

Ressalta que as informações iniciais apontam para suposto esquema ilícito, que teria acontecido em gestões anteriores. Há suspeitas de Ilegalidades praticadas por grupo econômico-familiar em vários estados. Informa que não existe investigação contra servidores públicos ou por crime de improbidade administrativa. Apenas foram coletados documentos para subsidiar a investigação contra um grupo empresarial.

O Executivo municipal se mantém à disposição da justiça para quaisquer esclarecimentos e fará acompanhamento do caso para a adoção de todas medidas cabíveis, caso sejam identificadas.