Comandante de tropa de Goiânia, que desmaiou durante operação da PF, atuava na disseminação de fake news contra urnas, diz PF
08 fevereiro 2024 às 15h17
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O tenente-coronel do Exército Guilherme Marques Almeida, lotado no Comando de Operações Psicológicas do Exército, fazia parte do núcleo de atuação das milícias digitais para desacreditar o processo eleitoral, diz a Polícia Federal. A operação da PF cumpriu mandados nas casas de oficiais do Exército, localizadas na Avenida 85, no Setor Marista, em Goiânia. Durante a operação, o militar passou precisou ser socorrido às pressas após ser surpreendido pela PF.
De acordo com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a PF identificou cinco núcleos de atuação da organização criminosa que tentou manter Bolsonaro no poder.
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Ao lado de Mauro Cid
A PF diz que Guilherme Marques fazia parte do núcleo responsável por operar medidas para “desacreditar o processo eleitoral” com a finalidade de manter Bolsonaro e seu grupo no poder. Além disso, o documento cita que ele faria parte também do planejamento e execução do golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
O grupo atuava, segundo a PF, com a produção, divulgação e amplificação de “notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quarteis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe.
De acordo com o documento que autorizou a operação da polícia federal, o grupo produzia, divulgava e amplificava notícias falsas e “estudos” sobre supostos registros de votos após o horário oficial, além de “inconsistências no código-fonte”.
O material coletado pela Polícia Federal revela ainda que Guilherme Marques e Mauro Cid trocaram mensagens sobre a suposta comprovação da fraude eleitoral em uma live com supostas investigações sobre as urnas brasileiras. Na ocasião, Guilherme teria escrito para Cid: “Acabou para o Lula”.
Além de Guilherme, faria parte do grupo o Tenente-Coronel Mauro Cid, Anderson Torres, Angelo Martins, Fernando Cerimedo, Eder Lindsay, Hélio Ferreira Lima, Segio Ricardo Cavaliere e Tércio Arnaud Tomaz.
De acordo com a PF, o grupo intensificou a atuação após o segundo turno das eleições utilizando metodologia “desenvolvida pela milícia digital para reverberar por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando os seguidores a “resistirem” na frente dos quarteis”.
Operação Tempus Veritatis
A PF cumpriu cumpre 85 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão contra uma organização criminosa composta por militares, assessores e apoiadores do clã Bolsonaro, que atuaram na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à frente do Brasil.
Entre as medidas que são acompanhadas pelo Exército estão: a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
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