Julian Pontes e um grupo de oficiais passaram na frente e se vacinaram antes das tropas que estão trabalhando nas ruas. Mais de 20 policiais morreram devido à Covid

Por ter furado a fila da vacina contra a Covid-19, o comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Julian Rocha Pontes, foi exonerado pelo governador Ibaneis Rocha na sexta-feira, 2.

Segundo o “Correio Braziliense”, há uma verdadeira revolta nos quartéis. “Além do comandante da corporação, também furaram a fila o subcomandante-geral da PM, coronel Cláudio Fernando Condi; o chefe do Departamento Operacional (DOP), coronel Hemerson Rodrigues Silva; e o subcomandante operacional do 2º Comando de Policiamento Regional, tenente-coronel Eduardo Condi”, afirma o jornal.

Julian Rocha Pontes: da Polícia Militar de Brasília | Foto: Marcelo Ferreira

Apontado como um comandante competente, Julian Pontes se vacinou, informa o “Correio”, na Unidade Básica de Saúde da Asa Sul, em Brasília, na quarta-feira, 31. “A imunização dos coronéis e comandantes ocorre devido à circular vigente da Secretaria de Saúde do DF, que prevê a destinação das sobras da vacina, chamadas de ‘xepas’ para os policiais militares que fazem a segurança das vacinas, do transporte e dos locais de vacinação”, relata a reportagem.

O deputado distrital e bombeiro Militar Roosevelt Vilela, do PSB, afirma que a ação dos oficiais da Polícia Militar é “inacreditável e inadmissível”. “Isso [vacinação antecipada] é um desrespeito aos mais de 20 policiais militares que perderam a vida para a covid-19. Enquanto você, policial da ativa, está no enfrentamento e na defesa da sociedade, o comandante-geral de gabinete fura fila da vacina”, critica. O parlamentar postula que os demais militares devem ser afastados de seus cargos.