Governo estadual divulgou já ter imunizado pelo menos 82 mil pessoas de Brasília, que sofre com a lentidão no processo

Diante da lentidão da vacinação contra a Covid-19 no Distrito Federal, centenas de moradores estão encontrando a saída por si mesmos: eles peregrinam por unidades básicas de saúde (UBSs) entre 16 e 17 horas em busca de uma dose da vacina na chamada “xepa” — a sobra que não pode ser jogada fora e precisa ser aplicada no mesmo dia.

Vacinação lenta no DF faz brasilienses correrem atrás de xepa e “migrarem” para Goiás | Foto: Divulgação

A busca pela xepa ocorre em toda a semana, mas a sexta-feira é o ponto alto. Isso porque os frascos de alguns imunizantes, quando abertos, podem ser guardados de um dia para o outro. Mas como a maioria das unidades de saúde do Distrito Federal não aplica vacinas durante os finais de semana, todos os imunizantes que sobram precisam ser aplicados na sexta-feira.

A alta procura tem relação com a lentidão da vacinação em Brasília. Enquanto as principais capitais do país já vacinam pessoas abaixo dos 40 anos e prepararam um calendário, o governo do Distrito Federal (GDF) anunciou na quinta-feira, 15, a abertura de vagas para o público entre 40 e 49 anos.

A grande procura gerou uma instabilidade nos sites do GDF, que ficaram fora do ar por horas. Isso porque a aplicação dos imunizantes na capital do país só é feita mediante agendamento, o que gera um cenário inusitado. Postos vazios durante o dia e filas cheias no final da tarde, no horário da xepa.

Com esse cenário, brasilienses têm vindo se vacinar em Goiás, num movimento inverso ao que ocorre historicamente: são os moradores desses municípios, na região do Entorno, que vão ao DF buscar tratamento médico. Isso ocorre porque a vacinação por idade nas cidades do Estado está mais acelerada.

No fim do mês passado, o governo de Goiás divulgou já ter vacinado 82 mil moradores do Distrito Federal. Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) não informou dados atualizados. Como algumas cidades decidiram não cobrar comprovante de residência, o movimento ganhou impulso.

* Com informações do Correio Braziliense.