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Diminuição na demanda tem sido sentida por profissionais, que reclamam da concorrência desleal. Querem uma solução mais radical e permanente

“Guerra Fria.” Talvez esta seja a melhor definição para entender o convívio entre taxistas e motoristas do Uber em Goiânia. Há exato um mês em operação na capital, a plataforma causou uma queda brusca na demanda por taxistas, mas, ainda assim, ainda não foram registrados episódios de confronto entre os profissionais das duas categorias.

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Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Goiânia (Sinditáxi), Silone Antônio dos Santos, a recomendação pelo não confronto partiu da própria entidade, que entende que o uso da violência só divulgaria ainda mais o aplicativo. “Estamos fazendo tudo para segurar, mas está difícil”, admite o dirigente.

A insatisfação não é para menos. De acordo com Silone, o número de corridas caiu de 40% a 50% desde que o Uber começou a atuar em Goiânia, no último dia 29 de janeiro. “Nós já vínhamos passando por um momento difícil, agora nem se fala”, reclamou, acrescentando que a falta de passageiros está sendo sentida, sobretudo durante a madrugada, na saída de bares e baladas.

A queda abrupta tem seu lado positivo, admite o sindicalista. Ele lembra que a imersão do Uber no transporte viário goianiense fez com que muitos taxistas melhorassem o serviço para uma “concorrência menos desleal”. “O profissional está sentindo uma necessidade de melhorar a qualidade do serviço, e é claro que concorrência gera qualidade.”

Ainda assim, Silone pede mais empenho por parte da Prefeitura de Goiânia para resolver o problema, e a regulação do Uber não é a solução preferida dos taxistas. O presidente do Sinditáxi acredita que a minuta de Decreto proposta na última semana pelo Paço não responde às reivindicações da categoria e sinaliza para uma ação mais radical e permanente.

“Você deve analisar outras duas questões: segurança do passageiro e preço cobrado por meio de uma tarifa dinâmica. E o projeto não contempla isso. O taxista passa por um curso de capacitação, tem conhecimendo da cidade e várias outras atribuições. Já sobre a questão do preço… Como você vai regulamentar uma coisa que é livre para cobrar o que quiser do passageiro?”, reclama.