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A Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem ter mais um dia perdido de trabalho nesta quarta-feira, 6. Isso porque a obstrução deflagrada ontem, terça-feira, por parte da oposição continua a travar as pautas das casas após o recesso parlamentar. O bloqueio é liderado por bolsonaristas que tentam emplacar a pauta da anistia do 8 de janeiro, e conta com a participação de goianos alinhados ao ex-presidente, como os deputados federais Gustavo Gayer e Magda Mofatto e o senador Wilder Morais.

Parlamentares bolsonaristas ocuparam as mesas da presidência tanto da Câmara quanto do Senado, muitos deles usando esparadrapos na boca simbolizando que estariam sendo “censurados”. Uma imagem obtida pela reportagem mostra um parlamentar com venda tanto na boca quanto nos olhos.

Na manhã desta quarta-feira, 6, alguns deles, como Magno Malta, chegaram a se acorrentar à mesa do Senado. Ele disse que só sairia de lá “morto”.

Pelas redes sociais, o senador Wilder Morais publicou vídeos divulgando um revezamento com outros parlamentares para ficar na mesa da Presidência. “Liberando nosso soldado Flávio Bolsonaro”, escreveu em um vídeo, ao se juntar ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Deputados goianos ouvidos pelo Jornal Opção já dão o dia de hoje como “perdido”. Uma reunião de líderes partidários estava prevista para o final da tarde de terça-feira para tratar a questão, mas foi transferida para hoje. O encontro teve início às 16h e deve articular a possibilidade de análise de, ao menos, requerimentos nesta noite.

Os parlamentares ouvidos pela reportagem acreditam que, apesar da pressão dos bolsonaristas, a proposta da anistia, defendida pelos aliados do ex-presidente, não deve entrar na pauta da Câmara nem tão cedo.

Vale destacar que a lista de temas que precisam ser pautados neste semestre no Legislativo federal é extensa, cada um com impacto gigantesco em diferentes áreas do país. Entre elas: a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil; a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, de 2026; a taxação das chamadas bets e a tributação de títulos de investimentos hoje isentos, como a Letra de Crédito Agropecuário; a autorização de mineração em terras indígenas, pauta para a qual foi criado um grupo de trabalho (GT) para apresentar proposta para regular mineração em territórios indígenas, entre muitas outras pautas.