Quarta-feira, dia 12, às 8 da manhã. Essas são a data e a hora em que está marcado o despejo de cerca de 700 animais que são acolhidos pelo Abrigo Lar dos Animais (Instituto Transformare), em Goiânia. “O destino vai ser a rua. Não sei como essas coisas são, mas imagino que vão soltar os animais de uma só vez. Se você me perguntar o que vai acontecer, não tenho ideia”, afirmou, apreensiva, a responsável pela instituição que cuida dos bichos desde 2016, Mônica Aquino.

O Ministério Público de Goiás (MPGO) entrou na Justiça contra o Município de Goiânia para que o mesmo adote as providências necessárias para a retirada de todos os animais do abrigo. No entanto, até esta segunda-feira, 10, o pedido liminar ainda não tinha sido apreciado por nenhum juiz.

No pedido do MP, o promotor de Justiça, Juliano de Barros Araújo, solicita que a Prefeitura garanta aos animais abrigados segurança e local provisório adequado ou que apresente outra alternativa para o problema, sob pena de multa de R$ 200 mil por descumprimento da liminar, caso concedida. O processo tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública de Goiânia.

O abrigo, que funciona em uma chácara alugada, acolhe cães e gatos resgatados das ruas ou vítimas de maus-tratos. Trata-se de uma entidade filantrópica que sobrevive de doações, que mal dão pra comprar as rações. “As doações não conseguem sustentar o abrigo. Não temos dinheiro nem para o transporte dos animais se tivéssemos pra onde ir. Mas não temos”, explicou Mônica.

Falta de apoio e doações

A responsável pelos animais reclama que nunca contou com a ajuda do poder público para nada. “A Prefeitura nunca ajudou com nada. Não deu um recurso, um suporte, um centavo. A Amma e Dema trazem animais pra cá, nos citam como guardiões de animais, mas não nos apoiam com nada”, disse.

Mônica agora está à espera de clemência, mas ainda não perdeu a esperança. Caso alguém queira ajudar com qualquer quantia, o PIX para doações é o e-mail [email protected]. Ela também pede para que as pessoas sigam o perfil do abrigo no Instagram (@lardosanimaisgoiania). “Toda ajuda é bem-vinda”, finalizou.

O Jornal Opção entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia, que até o momento não deu retorno.