Com Milei, preços de combustíveis sobem 60%, carne 73% e fraldas 100% na Argentina
26 dezembro 2023 às 20h04
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Sob o governo do presidente Javier Milei – há menos de um mês no cargo, os preços dos principais produtos da Argentina sofreram altas exorbitantes. Segundo uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo, os combustíveis por lá já aumentaram em 60%, enquanto o preço da carne aumentou 73% e das fraldas dobraram o valor.
Com isso, nas últimas duas semanas, diversos setores da sociedade argentina têm sentido os impactos dessa rápida escalada de preços. Antes de Milei, que assumiu a Presidência no último dia 10, a Argentina já registrava o terceiro maior índice de inflação do mundo, com um aumento de preços de 160% em relação ao ano anterior.
Paralelo a isso, há a desvalorização rápida da moeda argentina, o que acelerou ainda mais os preços. A situação tem causado preocupações entre os 46 milhões de habitantes do país sobre como enfrentar uma crise econômica mais aguda.
Diante da nova realidade, os argentinos têm se adaptado e buscam alternativas para lidar com a alta inflação. Algumas estratégias incluem a mudança para marcas mais baratas e opções por maneiras de gastar seus ‘pesos’ antes que o valor da moeda se deteriore ainda mais.
Com o agravamento do cenário econômico, que se torna desafiador, os argentinos tentam equilibrar suas finanças em meio a uma corrida frenética. Para correr dos aumentos constantes, todos querem comprar produtos antes que os preços subam novamente. Por outro lado, os empresários locais, como proprietários de bares e lojas, tentam lidar com a demanda e a alta dos custos.
Posições do governo
O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, justificou a influência da inflação como uma consequência da necessidade de corrigir a economia distorcida da Argentina. Milei, conhecido por suas promessas de redução de gastos públicos e regulamentações, alertou os argentinos de que suas reformas econômicas causaram desconforto no início, mas seriam fáceis para superar os desafios econômicos de longo prazo enfrentados pelo país.
Entretanto, a rápida desvalorização da moeda e as medidas adotadas pelo seu governo também geraram críticas e preocupações. A população enfrenta aumentos significativos nos preços de produtos importados, como eletrônicos e gás, que são cotados em dólares americanos.
Para se ter ideia, a inflação mensal em novembro foi de 13%, e os analistas prevêem um aumento adicional de 25% a 30% neste mês. A previsão é que alcance uma alta de 80% até fevereiro.
Nesse contexto, Milei segue com as edições de decretos de emergência para remodelar o governo e a economia. Ele tenta reduzir significativamente o papel do Estado em diversos setores. A medida gerou controvérsias legais, com críticas questionando a constitucionalidade do decreto. Assim, se agrava a crise.
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