Com falta de vagas em Cmeis, educação infantil enfrenta caos em Goiânia

29 janeiro 2019 às 10h01

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Goianienses buscam ajuda nos conselhos tutelares, que afirmam não receberem respostas plausíveis da Secretaria Municipal de Educação

Sem vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis), que conta com a já tradicional longa fila de espera, goianos lutam nos conselhos tutelares e até na defensoria pública para garantir o atendimento municipal às crianças.
No entanto, os relatos são de que, mesmo com os processos administrativos, sob auxílio do conselho tutelar, essas pessoas não são atendidas pela Secretaria Municipal de Educação (SME). De acordo com o conselheiro da Região Noroeste, Darlan Canarinho, a pasta simplesmente ignora os pedidos e não dá resposta plausível.
“Tem mãe que até conseguiu vaga, mas do outro lado da cidade e a Lei determina que as crianças têm que ser atendidas em unidades próximas à sua residência”, denuncia. Ainda, segundo ele, caso não tenha jeito e o estudante tenha que ir para uma escola mais distante, a Prefeitura teria que fornecer transporte escolar, mas não é o que tem ocorrido.
Darlan conta que na maioria dos casos, quando não se consegue garantir o direito por meio do processo administrativo, os conselheiros recomendam que os responsáveis recorram às vias judiciais. “Temos direcionado as famílias para entrarem com ação na defensoria pública com mandato de segurança”, relata.
Segundo o conselheiro a fila de espera é grande, mas a SME não disponibilizou ao Jornal Opção os dados da quantidade de vagas preenchidas e de crianças na fila de espera, mesmo após reiteradas tentativas.
Situação das mães
Tentando vaga pela primeira vez, a assistente de Recursos Humanos Ana Paula conta que seu filho de 3 anos de idade ainda está na fila de espera. Ela começou no emprego há uma semana e contava com isso para conseguir ir ao serviço. Mas se não conseguir, não sabe como irá fazer.
Ana Paula corre o risco de sair do novo trabalho para ficar em casa com o filho e, assim, terá a renda comprometida. Na luta pela vaga, ela recorreu ao conselho tutelar, mas ainda sem sucesso. O menino está na colocação 54 no Cmei do Jardim Liberdade.
“A minha mãe está me ajudando, mas cuida do meu sobrinho também e não consegue porque é muito debilitada, eu estava há dois anos desempregada e agora que retornei ao mercado preciso do Cmei, porque é um direito”, protesta.
A batalha por vagas é antiga na Capital e chegou a seu ápice no fim de 2018, quando o prefeito Iris Rezende (MDB), por meio da secretaria, impediu que crianças de 4 anos de idade fossem matriculadas nas creches municipais.
O pretexto era de ampliação das vagas, mas, ainda assim, iniciado o período de matrículas e já há uma semana do início das aulas, a fila de espera é longa e a luta das mães incansável.
A reportagem entrou em contato com SME que não respondeu até a publicação desta matéria.