A expectativa para a sessão desta quinta-feira, 28, era a primeira votação no plenário da Taxa de Limpeza Urbana, a “Taxa do Lixo”. Entretanto, não houve quórum para votação e a sessão precisou ser encerrada de forma antecipada na Câmara Municipal de Goiânia. Existe a possibilidade de que o local tenha sido esvaziado antes de qualquer votação.

Durante o período do pequeno expediente, período destinado a discursos dos parlamentares de curta duração, o plenário teve 12 vereadores no local e quatro de forma remota, além do presidente Romário Policarpo (PRD). No entanto, vários parlamentares que estavam presentes deixaram o local antes de iniciarem as votações do dia. Lembrando que são necessários 18 vereadores para iniciar as votações na Casa.

Inicialmente, o projeto da Taxa do Lixo não estava lista na pauta do dia, mas poderia ser incluído em votação por meio dos instrumentos de inclusão e inversão de pauta. Ressaltando que o interstício de 24 horas após a aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) foi cumprido. Ou seja, o texto estava liberada para ser votado.

O Jornal Opção conversou de forma reservada com os vereadores sobre a falta de quórum e alguns informaram que deixaram o local para realizar atendimentos à população nos gabinetes.

Por outro lado, o presidente comentou que não havia intenção de votar a proposta hoje para que os colegas de Parlamento possam se inteirar a respeito. “O projeto foi aprovado ontem na CCJR e até por uma definição da Casa, nós achamos melhor os vereadores terem um prazo um pouco maior para analisar a emendas apresentadas na comissão”, justifica Policarpo.

Fora Rogério?

Em momento que pode ser utilizado para ganhar tempo e buscar quórum, o primeiro vice-presidente Thialu Guiotti (Avante) subiu na tribuna para pedir o afastamento do prefeito Rogério Cruz (SD). Ele defendeu que Policarpo assuma o Paço Municipal até o fim do mandato. Mais cedo durante a sessão, o vereador Paulo Magalhães (UB) também pediu pelo impeachment do gestor de Goiânia.

“O assunto que o senhor trouxe aqui, vereador Paulo (Magalhães), sobre o impeachment, já discutimos algumas vezes internamente na Casa. (…) Alguns, por estarem extremamente bem em suas bases, não votariam a favor disso. O que precisamos fazer agora é discutir juntos se o melhor caminho seria o afastamento do Rogério (Cruz). De forma pessoal, eu acredito que sim. Inclusive, tenho a coragem e disponibilidade de colocar isso no papel e ser o primeiro a assinar”, discursou o vereador.

Ao mesmo tempo, ele também defendeu que o presidente assuma a gestão, principalmente para ajudar na transição para a gestão do prefeito eleito Sandro Mabel (UB).

“O presidente desta Casa já demonstrou, ao longo de seis anos à frente do Parlamento, que possui capacidade política, administrativa e habilidade de interlocução com todos aqui. Seja da extrema direita ou da extrema esquerda, o vereador Romário Policarpo tem o tato, a sensibilidade e sabe respeitar o contraditório. E, repito, já demonstrou que possui qualidade e competência para conduzir o Executivo”, defendeu Guiotti.

Em outro momento, Guiotti ainda criticou o decano da Casa e líder do prefeito, vereador Anselmo Pereira (MDB). O parlamentar do Avante considerou ele um dos culpados pela situação da atual gestão: “Tem muita culpa nisso, muita culpa nisso”. Além de afirmar que ele “precisaria pagar os pecados” pela participação na gestão e de afirmar que o colega de Casa vai buscar o 11º mandato como vereador em Goiânia.

Próxima sessão

Logo após o discurso de Guiotti, Policarpo encerrou a sessão e convocou a próxima para terça-feira, 3. Dessa vez, a expectativa é de que a matéria seja realmente votada.

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