Fechado, sem energia, sem água e respondendo por 117 ações judiciais, o primeiro clube de Goiânia segue sem perspectiva de reabertura

Inaugurado oficialmente em 1940 com a presença do então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, o Jóquei Clube de Goiânia viveu tempos de ouro. Lugar preferido da elite goiana nas décadas de 60 e 70, o clube era a grande referência de bailes na capital. Situação nem de longe parecida com a que o clube enfrenta na atualidade.

Se no passado, o Jóquei era destaque nas atividades ligadas ao lazer e esporte, hoje o clube sofre com o abandono. As piscinas, antes ocupadas por atletas e banhistas em busca de diversão, hoje dão espaço à sujeira e se tornaram símbolo do esquecimento.

Crise financeira

Reaberto no dia 24 de julho de 2010 depois de uma parceria firmada com a Faculdade Padrão, parecia que os problemas do Jóquei tinham, finalmente, chegado ao fim.

A unidade educacional usaria a estrutura do clube para fins de ensino e, em contrapartida, faria investimentos e assumiria a dívida que na época somava cerca de R$7 milhões.

A parceria não deu certo e o acordo foi anulado mediante decisão judicial. Em 2014, o juiz Jair Xavier Ferro, da 10ª Vara Cível entendeu que o estatuto do clube foi desrespeitado com a negociação de 2,2 mil títulos entre os envolvidos no acordo. O limite permitido era de cem títulos de sócio-proprietário que podem ser vendidos para cada pessoa.

A partir daí, teve início uma disputa judicial a respeito da administração do Jóquei e sobre o acordo anulado.

Atualmente, o clube é administrado pela Associação Amigos do Jóquei, liderada pelo ex-deputado estadual e advogado Manoel de Oliveira Mota. A chapa que compõe a nova diretoria foi eleita em dezembro do ano passado.

Segundo o presidente, a dívida atual do Jóquei Clube chega ao montante de R$ 41 milhões. A maior parte do débito, cerca de R$ 30 milhões, tem como credor a Prefeitura de Goiânia e corresponde à divida de IPTU.

Sobre a perspectiva de recuperação do clube, Manoel afirma que a diretoria está tentando uma negociação. “Nós estamos procurando uma solução. Já nos reunimos com os gestores do município e estamos aguardando uma resposta do Paço para ver o que pode ser feito em relação a essa dívida”, afirmou Manoel.

Segundo ele, o patrimônio do Jóquei é superior à divida existente, já que além da sede social, o Hipódromo da Lagoinha também é propriedade do clube. Mas, enquanto um acordo financeiro não é firmado, o Jóquei Clube de Goiânia segue de portões fechados e sobrevive apenas na lembrança de quem conheceu e desfrutou daquele que já foi referência de lazer na capital.