As propostas foram desenvolvidas com base nos planos de governo das últimas eleições do partido, com informações colhidas pela Fundação Ulysses Guimarães 

O encontro promovido pela chapa do candidato ao governo de Goiás pelo PMDB, Iris Rezende, pode ser encarado como uma reunião para lembrar-se dos “velhos tempos”.  O evento, cujo propósito inicial era mostrar pela primeira vez o plano de governo peemedebista, foi marcada por um discurso saudosista de Iris, que, durante cerca de duas horas de discurso, lembrou-se da época em que foi governador pela primeira vez, da ditadura militar, além de, é claro, criticar o atual governo do tucano Marconi Perillo.

“Tem gente que apresenta plano mirabolante, e eu fico pensando: ‘Será que vai conseguir levar para frente?”, disse rindo, ao falar para um público de cerca de 70 pessoas em um auditório no hotel San Marino, em Goiânia, nesta terça-feira (1º/7). O plano, como mostrou o coordenador do planejamento da campanha do peemedebista, Barbosa Neto, foi desenvolvido com base nos planos de governo de Maguito Vilela e Iris nas últimas campanhas, com informações colhidas pela Fundação Ulysses Guimarães. “Todas as informações foram subsídio para as diretrizes do plano de governo”, disse Barbosa.

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O plano elaborado deve ser entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) até o dia 5 deste mês, juntamente com a estimativa de valor a ser gasto (cujo marqueteiro é Dimas Thomas e o coordenador, Luiz Felipe Gabriel). A campanha é chamada “Amor por Goiás”, e as dimensões do plano de governo (ou seja, os parâmetros a serem respeitados), foram resumidas em quatro pontos: desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental; desenvolvimento institucional e reforma do Estado; desenvolvimento da infraestrutura do Estado e desenvolvimento social; e qualidade de vida da população.

O candidato ao governo afirmou que as diretrizes do plano ainda serão discutidas no decorrer dos próximos dias em reuniões regionais. “Vamos estabelecer prioridades”, disse. De acordo com Iris, as atenções devem estar voltadas para uma política que leve o Estado a experimentar cada vez mais o desenvolvimento econômico. “Temos que dar ao próprio Estado condições financeiras para desenvolver políticas nas áreas prioritárias, como Educação, Saúde e Segurança Pública”, disse o ex-prefeito.

Além disso, ainda foram apresentados “os princípios da administração”, que não poderiam ser mais gerais. Descentralização (verba que fica com o governo federal, por exemplo), transparência, participação, inovação, cooperação, sustentabilidade e integralização. Após esses pontos serem mostrados por Barbosa em uma apresentação em slides, Iris Rezende tomou a palavra. Em um momento o candidato informou que irá se reunir com deputados da oposição que compõem sua coligação a fim de pedir um comprometimento com as suas diretrizes. “Votem em deputado que estejam comprometidos com meu plano de governo”, disse.

Relembrando do passado (algo que aparentemente será muito usado nas eleições deste ano não só pelo líder político do PMDB, já que Marconi não abandona o discurso do Tempo Novo, de 1998), Iris Rezende falou sobre os mutirões que organizava para capinar lotes, levar água para as casas. “Era tudo maravilhoso, a integração do povo, sentir que estava participando. E eu ia para o meio, capinava lote com eles”, afirmou.

Iris Rezende pontuou em sua fala questões referentes à Educação, dizendo que em seu último mandato como prefeito instituiu escolas de tempo integral, o que contribuiu com o crescimento dessas crianças em um ambiente saudável. “Tinha esporte, brinquedo que estimulava o raciocínio. Garanto que as crianças desta época não irão para o crime”, disse.

Estiveram presentes representantes de diversos partidos que fazem parte da aliança entre outras lideranças, como Francisco Gedda (PTN), o presidente do Solidariedade em Goiás, Sílvio Sousa, Paulo Magalhães (Solidariedade), Djalma Araújo (Solidariedade) e o ex-prefeito de Catalão Adib Elias (PMDB).

“Segurança Pública está nas mãos de bandido”

Durante seu discurso no evento realizado no Hotel San Marino, cujo propósito inicial era falar sobre o plano de governo do PMDB para as eleições deste ano, Iris Rezende afirmou que “a Segurança Pública foi colocada nas mãos de bandido”. “Não dá para ficar do jeito que está. Mas também, como você entrega a segurança nas mãos de bandido?

O coordenador de planejamento de campanha, Barbosa Neto, também criticou o governador Marconi Perillo, dizendo que suas promessas não foram efetivadas. “Disse que a Segurança Pública era prioridade, mas não é”, sustentou. Sobre Segurança Pública Iris ainda disse, mais uma vez lembrando do passado, que em 1983, quando tomou posse como governador, o Estado possuía 4 mil policiais militares. “Quando eu saí, deixei Goiás com 7 mil.” O peemedebista continuou percorrendo a linha do tempo e lembrou de 1991. “Eu deixei o Estado de Goiás com 14 mil policiais e agora nós temos 11 mil. A população cresceu, a quantidade de policiais não é suficiente”, pontuou.