Com críticas reforçadas a Marconi, peemedebistas oficializam aliança entre Iris, Armando e Caiado

30 junho 2014 às 21h49

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O PMDB dará o pontapé inicial em sua campanha no próximo sábado no município de Catalão
“Política por ideal.” Foi esta a expressão mais ouvida durante a convenção estadual do PMDB na tarde desta segunda-feira (30/6), em Goiânia. Com a presença de representantes dos outros seis partidos (PPL, PCdoB, PRTB, DEM, Solidariedade e PTN) que irão seguir com a sigla na corrida eleitoral deste ano, muito se ouviu sobre a desenvoltura da atual administração estadual. Todos os políticos que discursaram durante o evento teceram críticas duras ao governador Marconi Perillo (PSDB).
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Os principais comentários giraram em torno do suposto uso da máquina governamental pelo tucano para alcançar apoio eleitoral, além da constatação de gastos publicitários exorbitantes por parte da gestão de Goiás, que somaria o montante de R$ 450 milhões. “Não podemos ter um governo que vive de marketing. A gente vê a propaganda da Saúde, parece que até que nossa Saúde é igual a da Suíça. Propaganda não enche barriga de ninguém”, alegou o deputado federal Sandro Mabel. “O povo não aceita mais um governo que existe na televisão e que na realidade não está presente”, complementou o candidato Iris Rezende. Áreas como a Segurança Pública, Saúde e Educação também foram citadas ao longo da convenção.
E pelo jeito, a tendência “toma lá, dá cá” que vem sendo adotada entre as siglas da oposição e da base deve continuar por todo o período eleitoral. Na convenção da base marconista, no último sábado (28), os aliados do governador deixaram bem claro que não vão levar desaforo para casa. Entre os comentários mais ácidos, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, afirmou que Iris é um “político superado” e que “deve muita coisa ao Estado de Goiás”. “Qualquer crítica terá uma resposta à altura”, complementou o deputado Carlos Alberto Leréia.
O candidato ao Senado pela coligação encabeçada por PMDB, DEM e Solidariedade, o deputado federal Ronaldo Caiado, discursou no mesmo tom. Até recentemente aliado ao tucanato, o democrata reforçou as críticas à base aliada e alegou que os comentários dos marconistas serão rebatidos de “igual para igual”. “Nós estamos preparados. Até porque são eles que têm que responder muita coisa.”
Próximos passos

Com a composição partidária definida, o PMDB de Iris Rezende dará o pontapé inicial em sua campanha eleitoral no próximo sábado (5/7) no município de Catalão. “Estaremos convocando todas as comunidades goianas para que ninguém, durante esses cem dias de campanha, fique distante”, afirmou o decano peemedebista em entrevista à imprensa.
Nesta terça-feira (1º) será apresentado, em linhas gerais, o plano de governo da coligação. As propostas serão estruturadas em torno das áreas de Segurança Pública, Infraestrutura e Educação. Entre as proposições, está o retorno das escolas técnicas profissionalizantes. Para a construção de uma plataforma satisfatória, os partidos aliados irão realizar seminários em vários municípios goianos para que a população possa ser ouvida durante o processo.
Nas chapas proporcionais, o PMDB irá seguir com duas coligações, além do “chapão” para a Câmara Federal que reunirá os sete partidos da aliança, totalizando o número de 30 candidatos. Para a Assembleia Legislativa, uma coligação entre DEM e PMDB, e outra composta pelo Solidariedade, PTN, PPL, PCdoB , PRTB e PMDB somará cerca de 200 candidatos à coligação.
União (?)
Após muitas idas e vindas, o PMDB parece trilhar um caminho em prol da união. Desde que o empresário Junior Friboi se colocou como pré-candidato a governador, a sigla amargura uma divisão interna marcada pelo antagonismo entre iristas e friboizitas. Durante a convenção desta sexta-feira, entretanto, as divergências foram amenizadas pelos próprios apoiadores de Friboi, que deram por encerrado o mal-estar criado dentro da sigla. “Nós somos do PMDB, tanto faz se Iris ou Friboi, somo todos do PMDB”, disse o deputado federal Sandro Mabel.
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Apesar de um discurso que preza pela unidade, o afastamento do empresário do ramo de carnes do processo eleitoral de 2014 aponta para a permanência dos desacordos entre partidários. Prova disso é a recente desistência da candidatura à Câmara Federal do ex-deputado Marcelo Melo. Em comunicado, o ex-parlamentar alegou incompatibilidade com o atual cenário politico-eleitoral do PMDB, representado pela candidatura de Iris Rezende.
Sobre a questão, o presidente estadual da legenda, Samuel Belchior, diz não acreditar que Marcelo realmente tenha desistido de concorrer à vaga pelo motivo apresentado por ele. “Marcelo Melo é um grande amigo e teve seus motivos, mas , em minha opinião, não foram estes”, afirmou em entrevista ao Jornal Opção Online. Questionado quais então seriam as motivações do ex-deputado, Belchior preferiu não responder. “São motivos pessoais e temos que respeitar”, concluiu.