Mesmo abaixo da média nacional, que está em 14,7%, nenhuma variação positiva foi registrada entre os grupos de atividades analisadas na PNAD Contínua; os setores mais afetados foram o serviço doméstico, a indústria e o comércio de reparação de veículos

Com crescimento de 2,2% em um ano, Goiás passa a ter 485 mil pessoas desempregadas, diz IBGE. | Foto: Reprodução


Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que a taxa de desemprego no Brasil, referente ao primeiro trimestre de 2021, é a maior registrada nos trimestres da série histórica do instituto, iniciada em 2012. A taxa média foi de 14,7%, o que corresponde a mais 14,8 milhões pessoas em busca de emprego no país. Em Goiás, esse porcentual também cresceu para 13,5%, o que representa os 485 mil desempregados do estado.

A PNAD Contínua, do IBGE, que tem como objetivo acompanhar as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho e de outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país, mostra que a alta do desemprego em Goiás em um ano (ao comparar com primeiro trimestre de 2020), foi de 2,2 pontos percentuais.

Quando se compara 2021 com o primeiro ano da pandemia no Brasil, é possível perceber que boa parte dos ocupados com empregos formais perderam seus postos de trabalho. Os empregados do setor privado foram os que mais sofreram com a perda, totalizando menos 39 mil trabalhadores empregados do último trimestre de 2020 para o primeiro deste ano.

As principais reduções, no prazo de um ano, vistas pela PNAD Contínua, foram registradas no serviço doméstico, que reduziu a quantidade de empregados em 22,2%, na Indústria (-15,4%) e no comércio de reparação de veículos automotores e bicicletas (-7%).

Em números, foi observada perda de 2 mil empregadores com CNPJ, mil trabalhadores domésticos com carteira assinada, além de mil empregados do setor público também com carteira assinada. Apenas a categoria dos trabalhadores por conta própria com CNPJ teve aumento, tendo 19 mil trabalhadores ocupados.

Nos grupos de atividades analisadas, que ainda incluem a construção, transporte, armazenagem e correio, alojamento e alimentação, informação, comunicação, atividades financeiras e imobiliárias, administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e outros serviços, não foi vista nenhuma variação positiva entre 2020 e 2021.  

Informalidade e subocupação por horas trabalhadas

Ao considerar como trabalhador informal aquele que atua no setor privado sem carteira de trabalho assinada, que trabalha como empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada, que é empregador sem registro no CNPJ, trabalhador familiar auxiliar ou que atua por conta própria sem registro no CNPJ, enxerga-se estabilidade na taxa de informalidade em Goiás.

Ao comparar os meses de janeiro a março de 2021 com o trimestre anterior a esse, percebe-se 1,268 milhão de pessoas (40,9% da população) empregadas na informalidade. Nos últimos três meses de 2020, esse número só teve alterações nas casas decimais, de modo que o percentual populacional era de 40,3%, que pode ser convertido em 1,248 milhão de pessoas.

Na categoria de empregados, a força de trabalho inclui os subocupados por insuficiência de horas, trabalhadores que mesmo estando inseridas no mercado de trabalho, se encontram subutilizadas. De forma prática, podem ser aqueles que trabalharam menos de 40 horas semanais, por exemplo, e apresentaram disponibilidade e interesse em trabalhar mais.

No estado de Goiás, essa taxa de subutilização da força de trabalho, de janeiro a março deste ano, foi de 22,4%, o que é traduzido em 851 mil pessoas – incluindo os subocupados por insuficiência de horas, os desocupados, indisponíveis ou desalentados. O número de pessoas subutilizadas, no primeiro trimestre de 2021 teve alta de 68 mil pessoas, em relação aos três meses anteriores.