Antiga OS foi acusada de ter desviado R$ 6 milhões destinados principalmente ao combate da Covid-19

Inaugurado em dezembro de 2018, isto é, menos de 4 anos, o Hospital de Aparecida de Goiânia (Hmap), nesse curto espaço de tempo, foi alvo de inúmeras denúncias e de uma investigação policial, que tramita na Justiça Federal. A antiga Organização Social (OS), Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), que administrava a unidade de saúde até o mês passado, é acusada de desviar cerca de R$ 6 milhões, que seriam destinados principalmente ao combate da Covid-19.

Essa mesma instituição fez uma denúncia no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) apontando indícios de faltas graves na contração da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE). Dentre as quais, a assinatura do contrato entre a OS e a prefeitura de Aparecida de Goiânia, que foi celebrado pelo ex-prefeito Gustavo Mendanha, 12 dias depois de renunciar. Porém, na última terça-feira, 31, a defesa do grupo Einstein entrou com recurso, e o Tribunal suspendeu a medida cautelar do conselheiro Francisco José Ramos. Agora, a decisão será analisada pelo pleno da Corte.

Acusada de desviar recursos públicos para a compra de materiais e insumo hospitalares de unidades de saúde, sendo uma delas a de Aparecida, a IBGH foi alvo de investigação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), em setembro de 2021. Depois de ser concluído, o inquérito foi encaminhado para a o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), no entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que apenas a Justiça Federal poderia julgar o processo. A instituição também era constantemente acusada pelos funcionários de atrasar salários e não oferecer boas condições de trabalho.

Em novembro do ano passado, até o secretário de Saúde do munícipio foi apontado pela Operação Falso Positivo de superfaturamento na contração de laboratório, via IBGH. Nesse mesmo mês, a prefeitura decidiu abrir um novo chamamento público, que foi realizado em 29 de novembro, tendo nove instituições participantes. Vencedora, a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein irá administrar o HMAP, por R$ 16,5 milhões mensais. Em março deste ano, em ação do TCM, o processo seletivo para a escolha da nova OS levantou suspeitas de favorecimento.

O jornal Opção tentou contato com a IBGH, mas não obteve sucesso. O espaço segue aberto para manifestações.