Com Baldy fora do cenário, Afrêni é aclamado presidente estadual do PSDB
14 junho 2015 às 14h33

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Deputado federal Alexandre Baldy, que havia declarado interesse em gerir a legenda, não compareceu ao evento. João Campos recusou convite para vice e cargo permanece em aberto

O nome já estava acertado, mas o evento do PSDB veio para oficializar: Afrêni Gonçalves é o novo presidente do diretório estadual tucano em Goiás. Substituindo Paulo de Jesus, o ex-deputado estadual comentou em auditório da Assembleia Legislativa, na manhã deste domingo (14/6), que um dos focos desta nova gestão é o processo de aprimorar a interiorização do PSDB no Estado. “Vamos fazer mais visitas, ouvir mais pessoas. Vamos fortalecer os diretórios municipais e aumentar os prefeitos”, pontuou.
O diretório é composto por 11 membros (ente eles, o líder de bancada na Assembleia Legislativa) e 6 vogais. O 1º vice não ficou definido, já que o deputado federal João Campos, que estava indicado na lista, rejeitou o cargo. Conforme novo presidente do PSDB, a cadeira do vice ficou para ser ocupado por um deputado federal. O parlamentar Fábio de Sousa indicou seu colega de Câmara delegado Waldir Soares, que não estava no evento. Cargo continua em aberto.
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O 2º vice é o deputado estadual Gustavo Sebba e a 3ª vice é a secretária estadual da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho, Lêda Borges, que ressaltou em entrevista a importância de ter mulher na legenda. João Meireles, um dos nomes colocados como possibilidade de ocupar a presidência, está no cargo de secretário geral. Paulo de Jesus continuou no diretório como tesoureiro.
Em seu discurso, Afrêni agradeceu e chamou de “privilégio” o fato de poder ser presidente do PSDB. “Me sinto muito honrado de estar a frente do partido do governador Marconi Perillo. O PSDB é uma legenda que consegue fazer ajuste fiscal sem esquecer da área social.” O novo presidente ainda afirmou que o tucano chefe levou Goiás para uma visibilidade nunca vista anteriormente.
Afrêni ainda defendeu o governador Marconi Perillo, ausente no encontro, para presidência da República, em 2018. Ele mesmo chamou a possibilidade de utopia, mas pontuou que pode se tornar real, assim como em 1998, quando Marconi venceu pela primeira vez as eleições para o governo de Goiás. A assessoria do tucano chefe divulgou que o mesmo não foi devido a forte gripe, além de estar em viagem, sem informar para onde.

Agora tesoureiro, Paulo de Jesus garante que o diretório sempre trabalhou pela unidade do partido, em contato constante com a população, mas garante que foco maior foi na gestão política. “Na ação, em levar ideias, propostas, do partido para a sociedade. Essa foi a nossa luta e é esse o princípio que vamos utilizar no futuro.”
Presente no evento, o vice-governador e presidente do PP, José Eliton, comentou sobre a aliança do PP e do PSDB, tendo ressaltado que sólida união permanece. “Por isso, trago meu abraço e respeito ao PSDB”, explicou.
Presidente do diretório municipal, Rafael Lousa explicou que a convergência de apoios entre os dois diretórios é essencial para trabalhar candidaturas nas próximas eleições, em 2016. Explicando que cada município tem a sua realidade, Rafael pontuou que o papel do diretório estadual é coordenar todo o processo. De acordo com ele, o PSDB tem que fortalecer em termos de base, nos municípios em 2016, já pensando m 2018.
O secretário de Governo Henrique Tibúrcio, também presente no local, elogiou o novo presidente do PSDB goiano, assegurando que é uma pessoa que tem uma aceitação grande, pela sua ponderação e por saber conversar com os diversos setores.
Alexandre Baldy X Afrêni

A conversa de um desconforto gerado com a saída do deputado federal Alexandre Baldy do pleito é negada por todos. Sabe-se, entretanto, que o almoço de duas horas e meia de duração com o governador Marconi Perillo, na última segunda-feira (8), foi definitivo para o fim da candidatura de Baldy e, portanto, insatisfação por parte da bancada federal, que apoiava o empresário.
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Baldy nem compareceu à convenção. Da Câmara Federal, foram Fábio de Sousa, João Campos e Giuseppe Vecci. Em entrevista, Fábio afirmou que não houve estremecimento algum internamente. “Divergência acontece em qualquer processo eleitoral”, disse, pontuando que os parlamentares apoiaram Baldy pelo fato de serem colegas de bancada, e entenderem que um deputado federal poderia fortalecer a legenda. “Afrêni é preparado e tem o respeito e reverência de todos nós”, garante Fábio.
De acordo com Fábio, não é segredo que a opinião do governador faz diferença no momento da escolha. Marconi não teria, entretanto, imposto sua opinião. De acordo com o deputado, o governador deixou que eles escolhessem se Baldy retiraria ou não a candidatura. Alexandre, então, decidiu recuar, e nenhum outro deputado mostrou interesse pelo cargo.
Para João Campos, também não houve insatisfação da bancada federal com a saída de Baldy do pleito. O que ocorreu no almoço foi uma convergência de ideias, após um longo “papo”. “Isso possibilitou o que tivemos hoje: uma festa, não uma disputa”. João Campos garante que nunca houve imposição ou constrangimento, apenas boa vontade de todos para fortalecer mais o tucanato.