Com alta de 2,10%, inflação em Goiânia tem maior aumento desde a implantação do Plano Real

08 abril 2022 às 17h31

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Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou a maior alta história para o mês, desde o início do plano real, em 1994
A inflação em Goiânia atingiu 2,10% em março, sendo o maior índice registrado para o mês desde o começo do plano real, quando antes da implantação da moeda, marcou 42,83%, em 1994. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e foram divulgados nesta sexta-feira, 08. Eles mostram que o acumulado subiu 3,79%, fazendo subir para 12,18% o índice dos últimos doze meses. Com isso, a Capital registra a quarta maior inflação do país.
Os principais vilões da inflação apontados pelo órgão foram, principalmente, o aumento no preço dos combustíveis de veículos, que subiu 6,54% em março, com acumulado de 24,96% nos últimos doze meses. Nesse quesito, destaca-se o óleo diesel, que subiu 14,87% no mês, acumulando 47,12% nos últimos doze meses. A gasolina subiu 6,78% em março e acumula 25,88% nos últimos doze meses. O etanol foi o que apresentou a menor alta, subindo 3,58% no mês e acumulando 16,33% nos últimos doze meses.
Como efeito cascata, ainda no grupo dos transportes, o serviço de viagens por aplicativo subiu
5,49% em março e acumula 73,31% nos últimos doze meses. Apresentaram também aumentos o automóvel usado (2,42%), o automóvel novo (2,91%), emplacamento e licença (2,22%), a motocicleta (1,87%) e o pneu (3,21%). Esses itens tiveram aumentos expressivos nos últimos doze meses, acumulando, respectivamente, 17,58%, 20,04%, 7,83%, 25,45% e 40,81%.
Já na questão doméstica, o grupo de habitação registrou alta de 3,46%, pressionado pelo aumento nos preços do gás de botijão, que subiu 10,43%, maior alta desde setembro de 2015 (19,68%), acumulando 37,92% em 12. A energia elétrica residencial aumentou 4,56%, terceira alta consecutiva, alcançando crescimento de 43,12% nos últimos 12 meses; do aluguel residencial (2,37%), sexta alta consecutiva; e da taxa de água e esgoto (0,89%), que acumula alta de 8,94% no ano.
Goiânia registrou ainda o segundo maior Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, atingindo 2,10%, ante a região metropolitana de Curitiba (2,40%). A variação na Capital goiana foi influenciada pelas altas dos combustíveis, de 6,54%, e dos tubérculos, raízes e legumes, que subiram 15,05%.
Nacionalmente a inflação acelerou em 1,62%, no mês, depois de ficar em 1,01% no mês anterior, sendo o maior resultado para o mês de março do período do plano real. No ano, o indicador acumulou alta de 3,20% e nos últimos 12 meses de 11,30%, ficando acima dos 10,54% observados nos 12 meses, referente a igual período anterior.
De acordo com o IBGE, o mês de março foi impactado pela alta dos preços dos transportes, de 3,02%, e da alimentação e bebidas, que aumentaram em 2,42%. Esses dois grupos, juntos, contribuíram com cerca de 72% do índice do mês. No caso dos transportes, a alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços dos combustíveis, que no período registrou alta de 6,70%, com destaque para gasolina (6,95%), que teve o maior impacto individual (0,44 p.p.) no indicador geral.
O gerente do IPCA, Pedro Kislanov, lembra que em 11 de março a Petrobras fez um reajuste recorde de 18,77% no preço médio da gasolina vendida para as distribuidoras, que repassam os custos para os postos de combustíveis e depois para o consumidor. “Houve também altas nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%). Além dos combustíveis, outros componentes ajudam a explicar a alta nesse grupo, como o transporte por aplicativo (7,98%) e o conserto de automóvel (1,47%). Nos transportes públicos, tivemos também reajustes nas passagens dos ônibus urbanos em Curitiba, São Luís, Recife e Belém”, detalha.
Uma das únicas quedas registradas foi nos preços das passagens aéreas, de 7,33%. “Isso porque a metodologia empregada no indicador considera uma viagem marcada com dois meses de antecedência. A variação reflete a coleta de preços feita em janeiro para viagens realizadas em março. Em janeiro, houve um aumento nos casos de Covid, o que pode ter reduzido a demanda e, consequentemente, os preços das passagens aéreas naquele momento”, frisa Kislanov.