A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) se tornou a primeira empresa pública estadual do Brasil a ingressar no Fórum Nacional de Gestão da Ética e da Integridade, iniciativa que reúne algumas das maiores instituições públicas do país, entre elas Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

A adesão foi oficializada com publicação no Diário Oficial da União, e traz reconhecimento nacional a estatal goiana por suas práticas de governança, transparência e conformidade.

Para o presidente da Codego, Francisco Júnior, a entrada no fórum é fruto de um processo de reconstrução institucional iniciado nos últimos anos, marcado pelo fortalecimento dos mecanismos internos de integridade.

“O fórum é um espaço de troca de experiências e boas práticas. Estar ao lado de empresas públicas que operam em altíssimo nível de compliance, muitas delas com negócios internacionais, é um ganho enorme. É um reconhecimento de fora para dentro do trabalho que temos realizado”, afirmou ao Jornal Opção.

Francisco Júnior lembra que, quando assumiu a presidência, a Codego vivia um momento de fragilidade institucional. As contas públicas ainda não estavam aprovadas e havia demanda por reorganização.

Uma das primeiras medidas da gestão foi criar a Superintendência de Integridade, estrutura dedicada a compliance, transparência e atualização dos normativos internos. Paralelamente, foi instituída também a Superintendência de Novos Negócios, para reposicionar a estatal dentro do desenvolvimento econômico do Estado.

Segundo ele, os resultados já se refletem em avaliações independentes. “A Codego recebeu premiações em todas as categorias de transparência avaliadas pelo Estado. A controladoria reconhece nosso desempenho, e já temos indicativos positivos também para 2026.”

O presidente lembra que Goiás, como governo estadual, já está há anos no topo dos rankings nacionais de transparência, e a Codego aparece hoje como sua principal referência entre as empresas públicas.

Impacto para Goiás e para o setor público

A adesão ao Fórum Nacional, segundo Francisco Júnior, reforça a imagem de eficiência da estatal e amplia a visibilidade de Goiás no cenário nacional. “É um reconhecimento nacional da política de ética e integridade da Codego. Isso projeta o Estado para além das fronteiras, mostra o que estamos fazendo de correto e por que Goiás tem sido tão bem avaliado.”

Ele acredita que a iniciativa deve incentivar outras estatais goianas a aprimorar suas estruturas de governança e a buscar certificações semelhantes.

A partir da superintendência criada, a Codego revisa atualmente todos os seus códigos internos, incluindo os de ética, relacionamento e compliance. Para o presidente, esse movimento não é apenas formal: reflete diretamente no dia a dia dos servidores, nos processos administrativos e na relação com investidores.

“Isso muda o comportamento da empresa. A forma de agir, de dar transparência, de conduzir processos, tudo isso se transforma. A Codego se torna mais aberta e responsável diante da sociedade.”

A governança também passou a orientar decisões estratégicas. Um exemplo foi a recente licitação de áreas no Distrito Industrial Novo de Aparecida (Dianote), que recebeu 118 propostas de empresas interessadas.

Segundo Francisco Júnior, a determinação do governador Ronaldo Caiado foi clara: segurança jurídica, transparência total e igualdade de oportunidades. “Optamos pela licitação pública para venda das áreas, algo inovador. Em um momento de incerteza econômica no país, ter 118 empresas querendo investir demonstra a credibilidade que Goiás e a Codego têm hoje.”

Para o presidente, empresas públicas possuem um papel singular na interface entre governo e iniciativa privada. Por isso, precisam estar ancoradas em governança sólida. “A empresa estatal vive dois mundos: o da administração pública e o da lógica privada. Ela precisa ser ágil e eficiente, mas seguir rigidamente os trilhos da ética e da transparência. Sem esses trilhos, não há caminho seguro”, completou.

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