A cobertura vacinal para a gripe em Goiás está em 44,91%, número muito abaixo do recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de 90%. Por conta disso, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) emitiu alerta a população sobre a importância da vacinação contra a doença. Segundo o secretário de Saúde, Rasível Santos, a vacina está disponível nos 246 municípios, entretanto, a cobertura vacinal em Goiás está abaixo do ideal.

“O Ministério da Saúde (MS) recomenda uma cobertura vacinal de 90%, mas, até o momento, o Estado registra apenas 44,91%. Em Goiânia e Aparecida de Goiânia, as coberturas são ainda mais preocupantes, com índices de 44,22% e 56,69%, respectivamente”, disse Rasível.

Os casos de gripe costumam a aumentar de forma sazonal, tendo seu pico em outubro. Entre os motivos para que isso aconteça estão as mudanças bruscas de temperatura, que são influenciadas por variações climáticas que favorecem a circulação do vírus.

“Essa sazonalidade acontece, temos que estar preparados e alertar a população que a vacina é o meio eficaz de proteção. O risco é muito grande para quem está sem a imunização, porque pode acontecer casos de evolução de uma gripe e é importante que a população se conscientize”, afirmou o secretário.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza começou em 25 de março deste ano. A princípio, a imunização era apenas para grupo prioritários, porém, a vacinação foi ampliada para toda a população acima de 6 meses de idade.

De acordo com dados da Secretaria de Estado e Saúde, Goiás registrou 6.044 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), com 595 óbitos confirmados. Destes casos, cerca de 15% são causados por influenza. Os grupos mais afetados são pessoas com mais de 60 anos e crianças de até 2 anos. A maioria dos óbitos se concentrou na faixa etária acima de 50 anos.

“É uma das melhores formas de prevenção contra a gripe. Ela é segura e eficaz na redução dos casos graves e óbitos relacionados à doença. Em caso de suspeita da doença, é fundamental evitar o contato com outras pessoas, utilizar máscara e higienizar as mãos frequentemente, pois o vírus é facilmente transmitido por gotículas salivares durante tosses, espirros ou conversas”, afirmou a Superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim.

Segundo Flúvia, em caso de sintomas gripais, como febre persistente, tosse e dificuldade para respirar, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde imediatamente, especialmente idosos, crianças e imunodeprimidos.

Surto em escolas

Um surto de gripe atingiu três escolas em Goiás, duas em Goiânia e uma em Aparecida de Goiânia. Até o momento, a Secretaria de Estado e Saúde investiga ao menos duas mortes por conta da doença. Em outubro uma adolescente de 12 anos, estudante de uma escola da capital, e um menino de 5 anos, de Aparecida de Goiânia, morreram por suspeita da doença.

Nas redes sociais, Moema Davis, diretora da escola particular onde o menino de 5 anos estudava, revelou que o surto começou na última quinta-feira, 10, após uma festinha de comemoração ao Dia das Crianças. Após o evento, pais começaram a entrar em contato com a instituição de ensino para informar que os filhos estavam com H1N1.

Segundo Moema, ela foi informado que o menino testou positivo e estava internado na UTI no sábado, 12. Ele não resistiu a doença e morreu na segunda-feira, 14.

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