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O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), publicou portaria permitindo que bolsistas de pós-graduação acumulem rendas externas, uma flexibilização que acompanha práticas já adotadas por outras agências de fomento. A medida entrou em vigor nesta quinta-feira, 21, após publicação no Diário Oficial da União em 12 de agosto.

A portaria estabelece que os pesquisadores devem ter concordância do orientador e da coordenação do programa de pós-graduação. No entanto, permanece vedado o acúmulo de bolsas do CNPq com outras concedidas por agências públicas ou internacionais.

A mudança segue exemplos anteriores: a Capes permite acúmulo de bolsas desde 2023, com regras definidas por cada instituição. Já a Fapesp autoriza a atividade remunerada desde 2004, exigindo autorização e limitando a oito horas semanais, desde que a atividade contribua para a formação acadêmica e seja compatível com o projeto do bolsista.

O debate sobre as bolsas de pesquisa no Brasil inclui a cobrança por reajustes e melhores condições de trabalho. Em 2023, o governo Lula elevou os valores em 40%, após uma década sem correção. Este ano, manifestantes em Brasília pediram novo aumento de 10%:

  • Mestrado: de R$ 2.100 para R$ 2.310
  • Doutorado: de R$ 3.100 para R$ 3.410
  • Pós-doutorado: de R$ 5.200 para R$ 5.720

O tema também levanta discussões sobre profissionalização da carreira de pesquisador, considerando que, em outros países, esses profissionais são reconhecidos como trabalhadores formais com direitos correspondentes — algo ainda não garantido no Brasil.

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