Queda de braço também alimenta duas frentes de batalha contra atual gestão de Goiânia. Uma que está na linha sucessória e outra composta pelo MDB, partido hegemônico nas últimas eleições na capital

As cicatrizes deixadas pela tentativa – desarticulada pela Prefeitura – de apreciar o projeto que garantiria a antecipação de uma nova eleição da mesa diretora da Câmara e o tratamento que o secretário municipal de Governo, Arhur Bernardes, tem dispensado a alguns vereadores ainda são fatores que alimentam um clima tenso entre o Paço e o Legislativo goianiense.

Tal tensionamento tem dificultado a tramitação de projetos importantes da prefeitura, como o Renda Família e o Refiz. Este último só avançou para Comissão de Constituição de Justiça por pressão dos empresários. A matéria – que visa ajudar o contribuinte afetado pela pandemia – foi aprovada na CCJ hoje (9).  

O secretário de Governo é apontado como o responsável por articular a derrubada do projeto que anteciparia a eleição da mesa diretora. Além disso, vereadores tem manifestado insatisfação em relação à forma como o auxiliar de primeiro escalão tem tratado os parlamentares.

Outro foco de insatisfação na Casa é “a perseguição”, apontada por parlamentares, sobre a situação funcional do vereador Kleibe Morais (MDB). Membros do Paço têm questionado o fato do emedebista receber o salário de vereador e de funcionário concursado da prefeitura.

A situação tem desagradado colegas da bancada do MDB, a maior do Legislativo municipal, e abre brecha para emedebistas aumentarem ainda mais a fissura na relação entre o Paço e a legenda, estremecida com o desembarque do grupo do presidente estadual, Daniel Vilela.

Parlamentares na casa acreditam que Daniel vai aproveitar o desgaste para aproximar os vereadores MDB ao governador Ronaldo Caiado (DEM). Um dos cenários desenhados por integrantes da Casa Legislativa é que o emedebista tentará fortalecer seu nome para retornar a Câmara dos Deputados, levando o MDB a apoiar a reeleição de Caiado e preparando o terreno para ter o apoio do demista na disputa ao Paço em 2024.

A avaliação é que o clima tenso com a Câmara abre duas frentes de batalha contra atual gestão de Goiânia. Uma com o grupo que está na linha sucessória, ou seja, com quem pode ocupar a cadeira de prefeito. Outra com o partido que venceu as últimas cinco eleições na capital e que tem sido cortejado para sucessão estadual do próximo ano.