Cientistas utilizam IA para encontrar parceira para a ‘planta mais solitária do mundo’

05 junho 2024 às 19h17

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Encephalartos woodii é conhecida como a planta mais solitária do mundo, uma das espécies mais ameaçadas do planeta, com apenas exemplares machos remanescentes.
Utilizando inteligência artificial (IA), cientistas iniciaram uma busca para encontrar uma parceira para essa planta singular. O projeto de pesquisa, liderado pela Universidade de Southampton, na Inglaterra, está explorando milhares de hectares de floresta na África do Sul, o único local onde a E. woodii já foi descoberta.
Quase extinta, a Encephalartos woodii sobrevive apenas por meio de clones machos do único exemplar selvagem conhecido, tornando sua reprodução natural impossível. Esta espécie, que já existia antes dos dinossauros, está agora à beira da extinção, considerada um dos organismos mais ameaçados do planeta.
Laura Ciniti, pesquisadora da Universidade de Southampton, está à frente do projeto que utiliza drones e IA para localizar possíveis fêmeas de E. woodii. “A história da E. woodii me inspirou muito; parece um daqueles contos clássicos de amor não correspondido”, afirma.
“Tenho esperança de que haja uma fêmea em algum lugar por aí; afinal de contas, deve ter havido uma em algum momento. Seria incrível recuperar esta planta tão próxima da extinção por meio da reprodução natural.”
Desde a descoberta do único exemplar em 1895 na Floresta de oNgoye, na costa leste da África do Sul, nenhum outro foi encontrado. Assim, todos os espécimes atuais são clones machos deste exemplar selvagem.
Os drones capturam imagens aéreas da floresta, que são posteriormente analisadas por ferramentas de IA em busca da planta. Até agora, menos de 2% dos quase 4,1 mil hectares de floresta foram examinados.
“Usamos um algoritmo de reconhecimento de imagens para identificar as plantas pela sua forma. Geramos imagens de plantas, e as colocamos em diferentes cenários ecológicos para ensinar o modelo a reconhecê-las”, explica Cinti.
Esta floresta nunca foi completamente explorada para determinar se uma fêmea da planta existe. Os especialistas do Royal Botanic Gardens de Kew, em Londres, continuam a cultivar e propagar a espécie, onde os visitantes podem admirar essa planta rara.
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