Teste foi realizado em paciente com grave lesão cerebral; no experimento, a interface escreveu 90 caracteres por minuto

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Dispositivo que representa marco no desenvolvimento das interfaces cérebro-máquina é divulgado pela Revista Nature. O mecanismo que é capaz de escrever sob comando cerebral impressionou cientistas por sua velocidade e precisão após ser testado em paciente com grave lesão cerebral.

Através do progresso obtido até o momento, a interface consegue escrever 90 caracteres por minuto com 95% de precisão. Seu funcionamento se dá através de duas placas compostas por cem fios extremamente finos que são postos no cérebro do paciente, na região que programa os movimentos da mão.

Uma vez posicionados, os microfios fazem a captura do sinal de código de 200 neurônios que são conduzidos a um computador. A máquina, por sua vez, reconhece os comandos neurais das letras do alfabeto e dos símbolos da escrita que são mentalizados pelo paciente.

Os pesquisadores ainda concluíram que os movimentos realizados para a escrita cursiva são mais rápidos e fáceis de serem codificados, já que a caneta não demora tanto tempo descolando do papel quanto nas letras de imprensa.

No experimento, a escrita das letras ainda evoluiu para palavras e frases. Mesmo o paciente lesionado tendo tido nove anos de total paralisado, seu cérebro manteve gravada a “programação dos movimentos” necessária para escrever todas as letras do alfabeto.

Para os cientistas, o maior problema que essas interfaces apresentam é seu caráter invasivo, uma vez que exigem implante cerebral. Desse modo, os pesquisadores apostam que os riscos devem ser superados pelos benefícios, já que, no cotidiano, a portabilidade é uma necessidade. A capacidade de processamento ainda deve ser aumentada para acomodar diversas línguas.