O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, enfrenta uma possível queda após tentar impor a lei marcial, o que gerou forte reação tanto na população quanto em seu próprio partido. Os protestos em frente à Assembleia Nacional se intensificam, com organizadores esperando reunir até 200.000 manifestantes em Seul.

A crise política teve início no início de dezembro, quando Yoon anunciou a imposição da lei marcial, uma medida que foi rapidamente revogada após pressão dos deputados e da população. A decisão, que pegou muitos de surpresa, levantou questões sobre a direção autoritária do governo e gerou uma onda de manifestações exigindo a destituição do presidente.

A votação para a remoção de Yoon ocorrerá no sábado à noite. O líder da oposição, Lee Jae-myung, afirmou que as próximas horas são decisivas e que a situação é potencialmente perigosa, com parlamentares da oposição acampando no plenário até a análise da moção. O Partido Democrata, que controla a maior parte do parlamento, acredita que a destituição será aprovada, desde que consiga o apoio de pelo menos oito membros do Partido do Poder ao Povo (PPP), aliado de Yoon.

O apoio ao presidente dentro do seu próprio partido também diminuiu. O chefe do PPP, Han Dong-hoon, indicou que o presidente seria um “perigo” para o país, devido ao risco de novas ações extremas, como a tentativa de prisão de líderes políticos. Han afirmou que possui “provas” de que Yoon havia solicitado prisões durante a noite de terça-feira para quarta-feira, após a imposição da lei marcial. O vice-diretor dos serviços de inteligência também confirmou que Yoon fez ligações para pedir a prisão de vários líderes políticos.

Com a possibilidade de uma segunda tentativa de lei marcial, a tensão continua a crescer. Deputados da oposição, preocupados com a repetição da medida, tomaram precauções, bloqueando vias ao redor do parlamento e garantindo a segurança no local. No entanto, o ministro da Defesa interino, Kim Seon-ho, desmentiu os rumores de uma nova lei marcial, chamando-os de falsos.

Se a moção de destituição for aprovada, Yoon será temporariamente afastado do cargo até uma decisão final da Corte Constitucional, o que pode levar a uma eleição presidencial em até 60 dias. Durante esse período, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá o cargo interinamente. A popularidade de Yoon, que já estava em declínio, caiu ainda mais, com uma pesquisa mostrando que apenas 13% da população o apoia atualmente.

O presidente justificou sua ação ao afirmar que a lei marcial era necessária para proteger o país de ameaças externas, especialmente da Coreia do Norte, e para enfrentar forças internas hostis. No entanto, a medida gerou críticas de que ele estava tentando enfraquecer a oposição e controlar o parlamento. A situação segue tensa, com o futuro político de Yoon dependendo do resultado da votação deste sábado, enquanto o país aguarda o desenrolar dos acontecimentos.

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