Pedetista confirmou a ação da Polícia Federal nesta quarta-feira, 15, e negou envolvimento. Segundo o pedetista, a ação teria acontecido a mando do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL)

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira, 15, uma operação para desmontar supostos esquemas de fraudes que o pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) e o irmão dele, o senador e ex-governador do Ceará Cid Gomes (PDT), teriam cometido no procedimento de licitação para as obras do estádio Castelão, em Fortaleza, entre os anos de 2010 e 2013. Os pedetistas negam e afirmam que a ação foi feita a mando do presidente Jair Bolsonaro (PL).  

Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal e pelo juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida. Ele determinou que fossem feitas as buscas nas residências de Ciro e Cid, em sete domicílios. As buscas tinham como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos que poderiam associar o presidenciável a empresa Galvão Engenharia no processo licitatório para realizar reformas no Estádio.  

O valor da concorrência foi de R$ 518 milhões, no entanto, segundo o pedetista, era a menor oferta. “Chega a ser pitoresco. O Brasil todo sabe que o Castelão foi o estádio da Copa com maior concorrência, o primeiro a ser entregue e o mais barato construído para Copas do Mundo desde 2002. Ou seja, foi o estádio mais econômico e transparente já feito para a Copa do Mundo”, acrescenta o pedetista. 

Segundo a nota da PF, as investigações tiveram início em 2017, quando foram identificados indícios de esquema criminoso envolvendo “fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos decorrente da licitação para as obras” no estádio que posteriormente sediou a Copa do Mundo de 2014. 

Além de Ciro e Cid Gomes, Lúcio Gomes, também sofreu busca e apreensão. Todos eles tiveram o afastamento do sigilo telefônico, bancário, fiscal e telemático dos irmãos e de outros alvos.  

O que diz o presidenciável 

Em nota, o pedetista negou envolvimento e criticou as ações da Policia Federal. Segundo ele, a PF “agiu como subordinada do presidente, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo à minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, escreveu. 

“Não tenho nenhuma ligação com os supostos fatos apurados. Não exerci nenhum cargo público relacionados com eles. Nunca mantive nenhum tipo de contato com os delatores. O que, aliás, o próprio delator reconhece quando diz que nunca me encontrou”, acrescenta o presidenciável, que defende a inocência e pede que seja investigado.  

*Com informações da Folha de São Paulo