Diretor-executivo da Adial elenca reflexos negativos da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Incentivos Fiscais na Alego: “Goiás poderia alcançar o Rio de Janeiro, em número de indústrias, no ano que vem”

Foto: Francisco Costa/Jornal Opção

Para o diretor-executivo da Associação Brasileira Pró-Desenvolvimento Regional Sustentável (Adial), Edwal Portilho, o Chequinho, se não fosse a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Incentivos Fiscais na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Goiás poderia alcançar o Rio de Janeiro, em número de indústrias, no ano que vem. “Mas infelizmente, com o clima que foi criado, utilizaram os números de forma leviana e irresponsável transformando-os em dados maléficos para o Estado”, afirma.

Segundo Chequinho, os incentivos fiscais concedidos no Estado são muito bem auditados pelo próprio governo estadual e proporcionam competividade para os produtos industriais produzidos em Goiás. Desta forma, o diretor-executivo da Adial explica que Goiás consegue atender aos grandes centros distantes mais distantes e competir com centros próximos a portos. “Com isso, chegamos à 7º posição em arrecadação de ICMS no país, somos o 9º PIB e o 7º maior parque industrial do Brasil”, pontua.

“A CPI dos Incentivos Fiscais está se transformando na CPI do desemprego”, afirmou Chequinho ao comentar a declaração do deputado Humberto Aidar de que se a CPI terminasse hoje já teria rendido grandes benefícios ao Estado. “De qual Estado ele está falando?”, indagou Chequinho, ao citar que São Paulo já teria se beneficiado com o imbróglio e recebido linhas que migraram de Goiás para lá.

“Também já perdemos empregos e trabalhadores especializados que migraram para outras localidades. Esses são alguns benefícios que outros Estados tiveram, já Goiás só teve prejuízo com essa CPI até agora”, argumenta. Chequinho, no entanto, diz que não é contra a CPI e sim contra a maneira como ela está sendo conduzida. “Estão utilizando números e termos de forma irresponsável”, destaca.

Ele cita que 100 empresas foram citadas para apresentarem documentação, e que elas tiveram que solicitar as informações na Secretaria de Economia, ficando expostas a todo tipo de questionamento. “A Assembleia poderia ter requisitado essas informações, sem necessidade de uma CPI. E se continuar da forma que está, o desgaste só irá aumentar assim como a desindustrialização e desemprego”, pontua Chequinho.

“Eles vão conseguir proporcionar, talvez, um dos piores Natais que Goiás já teve”, complementa o diretor-executivo da Adial em referência ao aumento do desemprego e da desindustrialização.