Filas se formaram para a compra do semanário. Edição após o atentado saiu em mais de 20 países, com versões em cinco línguas

Foto: Divulgação/ Charlie Hebdo
Foto: Divulgação/ Charlie Hebdo

A edição especial do jornal satírico Charlie Hebdo, depois do atentado na quarta-feira da semana passada (7/1), esgotou esta manhã (14) na França à medida que foi chegando às bancas.

Na maior parte das bancas de Paris, os exemplares esgotaram antes das 8h (5h em Brasília) e dois funcionários disseram que “em poucos minutos” venderam todos os jornais.

Em vários pontos de venda na capital francesa, filas se formaram para a compra do semanário. É esperado que nas próximas horas dessa quarta-feira as bancas recebam mais exemplares nas próximas horas e dias.

O jornal informou inicialmente que o número especial depois do atentado terrorista teria tiragem de 1 milhão de exemplares, mas acabou, mais tarde, por elevar para 3 milhões. As edições anteriores do Charlie Hebdo tinham tiragem de 60 mil. O aumento da tiragem deve-se ao fato da edição ter recebido grandes encomendas, não só da França, mas de outros países.

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A edição após o atentado saiu em mais de 20 países, com versões em cinco línguas, incluindo o árabe e o turco. A edição é traduzida em inglês, espanhol e árabe, na versão digital, e em italiano e turco, na versão em papel.

O jornal foi preparado pelos sobreviventes do ataque terrorista e traz na capa uma caricatura de Maomé, com lágrima no olho, segurando um papel com a frase Je suis Charlie (Eu sou Charlie), e com o título “Tudo está perdoado”. A frase é igual à utilizada por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão em volta do mundo. E, o que era de se esperar, a capa do cartum voltou a causar polêmica no mundo muçulmano.

A principal autoridade islamita sunita sediada no Egito, Al Azhar, antecipou nessa terça-feira (13) que a publicação de novos desenhos representando o profeta Maomé no Charlie Hebdo vai “incitar o ódio”.