O projeto de revitalização do Centro de Goiânia deve incluir o fechamento para veículos de um trecho de quase 1 km da Avenida Anhanguera , num processo chamado de pedestralização. Dar prioridade para o pedestre no trânsito, especialmente do Centro, é uma das alternativas mais bem aceitas por especialistas em urbanização. A expectativa é que a Prefeitura de Goiânia apresente a proposta nos próximos 30 dias.

Professora de Arquitetura e Urbanista, Maria Esther explica que o processo de valorização do pedestre em regiões centrais é uma tendência em diversas metrópoles do mundo. “Isso melhora o ambiente para o comércio, para o turismo e para os moradores daquela região ao reduzir a poluição sonora e visual promovidas pelo transporte individual”, explica.

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Trecho da Avenida Anhanguera entre Av. Tocantins e Av. Araguaia pode ser fechado para veículos individuais | Foto: Reprodução GoogleEarth

O trecho da Avenida Anhanguera entre a Avenida Tocantins e Araguaia é o mais denso em circulação de pessoas no Centro. “Esse eixo Leste-Oeste já é frequentado por quem utiliza o transporte público, então não há a necessidade de veículo individual”, aponta. Esther cita o fato do Eixo Anhanguera ser um eixo metropolitano que liga três cidades e leva quase todo o fluxo de pessoas para a região. “Quando você tem uma obra que dura 8-10 anos na Avenida Goiás, isso mata o comércio”, pontua.

Em 30 dias

De acordo com o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, a proposta foi apresentada brevemente pelo Paço Municipal durante reunião com o Fórum das Entidades Empresariais que se reúnem mensalmente.

Ele conta que além das questões de incentivos fiscais para empresas que aderirem à revitalização das faixadas dos prédios no estilo Art Decó e da redução dos outdoors, a medida deve incluir ainda o incentivo a moradia e prestação de serviços de lazer e cultura.

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Apesar das expectativas altas, Fileti lembra que quase uma dezena de outras propostas de revitalização dos espaços do Centro já foram apresentadas e que nunca saíram do papel. “Essa é a nona iniciativa do Poder Público de resolver o problema do Centro e esperamos que não seja a nona fracassada. Esperamos que o projeto seja apresentado e que a execução comece o mais rápido possível”, argumenta.

Outro fator adiantado por ele é a criação de um polo gastronômico no primeiro espaço de lazer de Goiânia, o Jóquei Clube. A arquitetura atual começou a ser construída nos anos 60 e teve suas obras concluídas no final de 75.

Apesar da imponência e importância nas décadas passadas, o lugar foi abandonado, tendo ainda um amontoado de dívidas, que tem impedido qualquer ação no local.

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