Célia Valadão pede votos, mas não é consenso no PMDB
25 novembro 2014 às 14h26
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Líder do prefeito Paulo Garcia na Casa, a peemedebista chegou a pedir apoio para colegas. Eleição ocorre no próximo mês
O nome de Célia Valadão (PMDB), líder do prefeito Paulo Garcia (PT) na Câmara de Vereadores, desponta entre os nomes da base para a eleição à presidência da Casa, em 15 de dezembro. Apesar de a peemedebista estar em ritmo de campanha, a candidatura dela não é consenso entre a bancada do partido, que conta com seis vereadores.
Ela avalia ser necessário superar questões pessoais durante a disputa, e diz que foi incentivada por vereadores de outras siglas a prosseguir com a candidatura. Assumindo sua vontade de efetivar o projeto, a pré-candidata considera que tem o perfil para a presidência. E nega que o Paço Municipal esteja agindo para elegê-la. “Jamais faria uma afirmação desta. Até mesmo porque a questão se refere apenas à Câmara Municipal.”
Célia Valadão relembrou que a vontade é antiga e que chegou a disputar eleições anteriores com outros peemedebistas.
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No entanto, a tentativa de se viabilizar esbarra na resistência de seus pares. “O nome dela não agrega, não agrada, esse é o nosso grande problema. Se ela se eleger, vai continuar o mesmo [perfil do atual presidente, Clécio Alves, do PMDB]. E o mesmo não agrada, pode até ficar pior [a gestão]”, disparou um vereador nos corredores. A mesma fonte analisa que a postulação da líder do prefeito não é uma decisão comum da bancada. “É uma vontade pessoal dela. O que é unanimidade é que todos querem ser presidente.”
Clécio Alves afirmou que Célia Valadão é uma “boa” opção para presidir a Câmara no biênio 2015-2016. “Eu apoio, inclusive já me pediu voto ontem [segunda-feira], e o faço de olhos fechados. É do meu partido”, destacou, completando que pode votar nela como em qualquer outro candidato. Outro integrante lembrou que todos do PMDB têm liberdade para apresentar-se como candidato e ressaltou que Célia Valadão também pediu o apoio dele.
Sem citar nomes, outro vereador comentou nos bastidores que é preciso eleger uma mesa diretora que tenha compromisso com os 35 vereadores, independente do candidato ou partido. “Tem que ser coesa, articulada e aberta ao diálogo, respeitando a relação entre os poderes Legislativo e Executivo.” O parlamentar citou até mesmo políticos e partidos da oposição que poderiam ocupar o novo colegiado. “Tem que ser plural.”
Outro peemedebista relatou por duas vezes que não fechou acordo com nenhum candidato. “Pelo que estou vendo aqui, parece que quem vai votar está do lado de fora. Mas a votação será aqui dentro. Não tenho compromisso com ninguém, graças a Deus”, ironizou, indicando haver uma possível interferência da prefeitura no pleito, destacando que não foi procurado por ninguém.
Reeleição
Apesar de o regimento interno da Câmara permitir, Clécio Alves adiantou que não quer a reeleição. “Não estou pensando nisso. É só ter voto e vontade. Se surgir a vontade de me candidatar daqui até o dia da eleição, quem sabe”, sublinhou o presidente.
Oposição
A oposição também articula nomes para pleitear o cargo. Os principais são os tucanos Anselmo Pereira e Geovani Antônio. O primeiro nega, mas demonstra total interesse em se tornar o próximo presidente da Câmara Municipal. E garante estar pronto para ocupar a vaga, mas diz não estar tomando nenhuma providência, apenas “observando”.
O segundo analisa que os vereadores estiveram muito envolvidos nos últimos meses com as eleições e, agora, os debates devem ter andamento. Por isso, atesta, as discussões sobre o assunto estão “devagar”.
Bloco moderado
O bloco moderado, antes formado por quatro vereadores, conta com mais três integrantes, que irão votar em conjunto na eleição da nova Mesa Diretora. A maior aposta parece ser em Zander Fábio (PFL). “Não existe nenhuma composição para a presidência que não irá passar por nós. Não tem como fechar a conta”, alertou o porta-voz.
Além dele, fazem parte da coalisão Divino Rodrigues e Paulo da Farmácia (ambos do PROS), Bernardo do Cais (PSC), que recebem o reforço de Welington Peixoto (PROS), Paulo Magalhães (Solidariedade) e Rogério Cruz (PRB).