CBF pode ser punida pela Fifa se convocar novas eleições
25 dezembro 2023 às 20h00
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A Fifa e a Conmebol ameaçaram no domingo, 24, suspender a CBF e seus clubes afiliados caso haja um novo processo eleitoral para liderar a entidade.
A gestão interina de José Perdiz, que está no comando da confederação desde o afastamento de Ednaldo Rodrigues em 7 de dezembro, não é reconhecida pela Fifa. Os documentos, enviados a Alcino Reis, o secretário-geral destituído da CBF, foram assinados pelos diretores da Fifa, Kenny Jean-Marie, e da Conmebol, Monserrat Jiménez Granda.
A comunicação enfatiza a persistência da atual liderança da CBF em prosseguir com eleições dentro de um prazo de 30 dias úteis, o que vai de encontro aos estatutos internos que demandam a resolução dos assuntos sem interferência externa, inclusive do âmbito judicial.
A Fifa e a Conmebol alertam sobre a possibilidade de os clubes brasileiros serem excluídos de competições internacionais, como a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes, caso a suspensão da CBF seja formalizada.
“Gostaríamos também de sublinhar que, caso a CBF seja eventualmente suspensa pelo órgão responsável da Fifa, perderia todos os seus direitos de membro com efeito imediato e até que a suspensão seja levantada pela Fifa”, diz um trecho da carta.
Adicionalmente, as entidades anunciaram uma missão conjunta no Brasil a partir da semana que se inicia em 8 de janeiro. Recentemente, uma ação movida pelo PSD buscava restaurar Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, mas foi rejeitada pelo ministro do STF, André Mendonça.
Os conflitos na CBF tiveram origem na anulação da eleição que levou Ednaldo Rodrigues à presidência em 2022, devido a discordâncias entre o estatuto da CBF e a Lei Pelé. Com a vacância no cargo, José Perdiz assumiu interinamente e tem um prazo de 30 dias para convocar novas eleições.
As pressões internas sobre Ednaldo, juntamente com o fraco desempenho da seleção brasileira e as acusações de mau uso dos recursos da CBF, agravaram a situação. Esses problemas vieram à tona durante o afastamento do então presidente, Rogério Caboclo, por alegações de assédio, embora tais casos tenham sido arquivados em outubro de 2022.
Ednaldo Rodrigues, anteriormente vice de Caboclo, assumiu temporariamente o cargo e, em conjunto com o Ministério Público, firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Esse acordo permitiu sua eleição oficial para um mandato de quatro anos em março de 2022. Contudo, o Tribunal de Justiça do Rio considerou esse acordo ilegal na decisão emitida em 7 de dezembro.
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