CAU/GO se posiciona contra demolição da antiga sede da Celg
18 dezembro 2021 às 11h11
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Prédio está localizado na Avenida Anhanguera e também já sediou a antiga Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) e desde a mudança da sede da Secretaria de Educação estava vago
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) publicou na última sexta-feira, 17, uma nota de repúdio a decisão dos proprietários de proceder com a demolição da edificação que foi sede da antiga empresa Centrais Elétricas de Goiás (Celg) e também da antiga Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), localizada na Av. Anhanguera, 7171, no setor Oeste em Goiânia.
A decisão é de quatro empresas que compraram o prédio após a privatização da Celg Distribuição, em 2016, e alugava o espaço por R$ 500 mil para o antigo governo do Estado para que o espaço fosse utilizado como sede da Seduce, porém após a mudança da sede da Secretaria para um espaço próprio do Estado, na antiga sede do Instituto de Educação de Goiás (IEG), no Setor Leste Vila Nova, o espaço ficou vago.
A demolição do edifício, segundo a nota da CAU, representa um ataque frontal à história da capital, uma vez que se trata de uma construção da década de 1950, projetada e executada por profissionais pioneiros na construção de nossa cidade, como o Eng. Oton Nascimento e o arquiteto e artista plástico Gustav Ritter.
“Tem características modernistas, além do edifício ser um exemplar autêntico do modo de entender e fazer Arquitetura de uma época, sua localização é emblemática dentro de um circuito de outros espaços importantes na cidade como o Lago das Rosas, a antiga estação Rodoviária (hoje sede do Corpo de Bombeiros), o Teatro Incabado e o antigo edifício que abrigou a sede do Iplan, demolido no início dos anos 2000”, pontua.
O prédio também conta com um painel de Frei Confaloni, intitulado “Energia elétrica: a origem, a invenção e o usofruto”, que retrata o caminho da energia, desde o rio, até chegar à casa dos cidadãos. O painel foi uma encomenda do Estado para ilustrar o trabalho da Central Elétrica de Energia e estava coberto de tinta e danificado.
Não é a primeira vez que a CAU/GO se posiciona contra as ações no prédio. Em 12 de março de 2020 a Comissão de Política Urbana e Ambiental do CAU/GO (CPUA) encaminhou à 15ª Promotoria de Justiça de Goiânia, pedido de providências quanto à depredação da edificação, considerando que o prédio está sob proteção, devido ao processo de tombamento solicitado pela Secretaria de Cultura de Goiás (Secult), em junho de 2019.
Segundo a nota da CAU/GO, o patrimônio cultural edificado é desconsiderado pelas autoridades e o desaparecimento desta e de outras edificações na paisagem comprometem o conhecimento e o futuro de gerações que podem nunca ter acesso a esse tipo de cultura que foi a Arquitetura Moderna em nossa cidade. “Manifestamos, mais uma vez, repúdio e preocupação com o caminho que o desmonte dos serviços estatais, somado à demolição em massa de nossas edificações históricas, tem tomado nos últimos anos e seguimos solicitando ao Ministério Público que nos acompanhe em nossas lutas”, publicou a CAU/GO em nota.