Ministro assumirá presidência do órgão a partir de agosto do próximo ano e prometeu punir severamente quem atentar contra as eleições e a democracia

Moraes fez alerta para disparo de mensagens falsas em 2022. | Foto: reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votou, por unanimidade, pelo arquivamento da cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, acusada de atuar em conjunto com milícias digitais em 2018. O destaque entre os votos dos sete membros foi os apontamentos feitos pelo também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

O magistrado destacou a necessidade de arquivamento da ação por falta de provas, mas ressaltou a responsabilidade do Judiciário em combater os disparos em massa de mensagens. “A Justiça Eleitoral, assim como toda Justiça, pode ser cega, mas ela não é tola. Não podemos criar de forma alguma um precedente avestruz, ‘ah, não ocorreu nada’. Todo mundo sabe o que ocorreu, todo mundo sabe o mecanismo utilizado nas eleições e depois das eleições”, votou o ministro.

Moraes assumirá a presidência do TSE em agosto do ano que vem. Em seu voto, o ministro deixou um alerta. “Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado, e as pessoas que assim fizerem isso irão para a cadeia por atentarem contra as eleições e a democracia no Brasil”, disse o magistrado.

A existência do gabinete do ódio foi frisada pelo magistrado. Uma reportagem da jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de São Paulo, foi citada. “Nós podemos absolver aqui, por falta de provas, mas sabemos o que ocorreu. Sabemos o que vem ocorrendo e não vamos permitir que isso ocorra”, ressaltou Moraes.

Relator dos três inquéritos das Fake News no STF, Moraes afirmou que a justiça brasileira está preparada para combater as milícias digitais em 2022. “O Brasil foi pego de surpresa em 2018 por essas milícias digitais. A Justiça aprendeu, se preparou, e esse julgamento deixa muito claro que nós ja sabemos como são os mecanismos. Já sabemos quais provas devem ser obtidas e como”, votou o ministro.

O pedido de cassação foi feito pelos partidos da coligação formada por PT, PCdoB e Pros. As legendas acusaram o presidente eleito de abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação.

Com informações do Portal UOL