Caso Navalny: Rússia recusa investigar situação do líder da oposição ao governo Putin
28 agosto 2020 às 07h10
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Apoiadores do ativista acreditam que ele foi envenenado por motivação política
Procuradores da Rússia disseram nessa quinta-feira, 27, que não há necessidade de uma investigação criminal sobre a doença repentina de Alexei Navalny, crítico do governo de Vladimir Putin. Apesar dos apoiadores de Navalny suspeitarem que ele tenha sido envenenado, autoridades rebatem que não há sinal de que algum crime tenha sido cometido.
O Ministério do Interior informou que foi iniciada uma investigação preliminar do caso, mas que o procedimento é rotineiro.
A Procuradoria-Geral russa reiterou que não há indícios de que se cometeu um crime contra o ativista e divulgou comunicado afirmando que não viu justificativa para iniciar investigação criminal.
O porta-voz do governo, Dmitry Peskov, também reafirmou o posicionamento de que não existe necessidade de investigação formal, mas que verificações preliminares sempre são realizadas em tais situações.
Em coma
Navalny, de 44 anos, foi levado para a Alemanha no sábado, dia 22, após desmaiar em um voo que ia da cidade siberiana de Tomsk para Moscou. Agora ele está em coma induzido em um hospital de Berlim.
O hospital onde ele se encontra disse que seu exame médico inicial indicou envenenamento. No entanto, médicos russos que trataram Navalny em um hospital da Sibéria rebateram esse diagnóstico.
Os apoiadores de Navalny acreditam que ele foi envenenado por motivação política, já que ele é considerado “uma pedra no sapato” do Kremlin há mais de uma década, por exibir o que considera corrupção de alto nível e mobilizar multidões de jovens manifestantes.
O ativista foi detido diversas vezes por organizar reuniões públicas e comícios, processado devido às suas investigações sobre corrupção e impedido de concorrer à presidência em 2018.