Caso Mutirama: perícia confirma que brinquedo não deveria estar funcionando
27 setembro 2017 às 11h21

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Laudo aponta para negligência da gestão Iris na tragédia que deixou 13 pessoas feridas na capital. Segundo polícia, acidente poderia ter sido bem mais grave
A Superintendência da Polícia Técnico-Científica, por meio do Instituto de Criminalística, entregou nesta quarta-feira (27/9) ao delegado Isaías Pinheiro o laudo pericial realizado nos brinquedos do Parque Mutirama, palco de tragédia no mês de julho após pane em uma das atrações.
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Conforme o instituto, o brinquedo “Twister” não poderia estar funcionando e o acidente ocorrido há dois meses poderia ser bem mais grave do que foi, dependendo das circunstâncias.
“A tragédia poderia ter sido muito maior. Se o brinquedo tivesse se rompido, enquanto girava, para o lado oeste, por exemplo, poderia cair na fila e vitimar crianças e pais”, informou o gerente do Instituto de Criminalística, Rodrigo Irani Medeiros.
O eixo central do brinquedo foi desmontado pelos peritos criminais e analisado minuciosamente. A polícia aponta que a peça estava com uma fissura na superfície, que foi sofrendo desgaste com o passar do tempo. Assim, com o constante funcionamento e sem a devida manutenção, o eixo acabou rompendo. A conclusão é de que o acidente poderia ter sido evitado.
Ainda segundo o responsável pela avaliação, laudo do ano de 2011 realizado por uma empresa terceirizada havia mostrado uma trinca de 10 centímetros e já apontava para as más condições do equipamento e do eixo que se rompeu e provocou o acidente.
Mesmo assim, a gestão do parque manteve normal funcionamento, sem qualquer troca de peças ou acompanhamento da fissura. Para Rodrigo Irani Medeiros, a falha por parte da prefeitura foi “catastrófica”.
Responsável pelas investigações, o delegado Isaías Pinheiro informou que vai avaliar com cuidado o laudo e prosseguir com as investigações, responsabilizando os responsáveis pelo Parque Mutirama. Em entrevista, ele confirmou que indiciará ao menos três pessoas: o engenheiro técnico responsável pelos brinquedos, o supervisor do parque e o presidente da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), Alexandre Magalhães.