Caso Marielle: Perícia conclui que versão de porteiro não condiz com a realidade
01 novembro 2019 às 08h51
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Segundo o MP, Ronnie Lessa foi quem autorizou a entrada de Élcio no condomínio. Não há, ainda, qualquer registro de que o profissional teria ligado para a casa de Bolsonaro
Uma nova reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite da última quinta-feira, 31, mostrou que, após análise, a perícia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) concluiu que a versão apresentada pelo porteiro do condomínio Vivendas da Barra — que disse às autoridades ter identificado a voz do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no interfone e que o mesmo teria autorizado a entrada do ex-policial Élcio de Queiroz no condomínio — não condiz com a realidade.
A questão veio à tona após o telejornal em questão divulgar informações sigilosas sobre o processo de investigação da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes — que a acompanhava na noite do crime. Ambos foram alvejados por diversos disparos, no Rio de Janeiro.
O telejornal revelou as declarações do porteiro às autoridades onde o profissional diz ter interfonado para casa do presidente Jair Bolsonaro e só então liberado a entrada de Élcio. Acontece que após uma perícia feita por técnicos do órgão, as promotoras do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) confirmaram que a versão do porteiro não procede.
Conforme divulgado pelo portal de notícias da UOL, no dia do crime, uma gravação mostra que Ronnie Lessa foi quem autorizou a entrada de Élcio no condomínio. Não há, ainda, qualquer registro de que o profissional teria ligado para a casa de Bolsonaro e solicitado autorização para entrada do suspeito.
A perícia do MPRJ também esclareceu que não avaliou a possibilidade de algum arquivo ter sido excluído do computador que registra as chamadas efetuadas pela portaria do condomínio. O que foi avaliado, segundo o MPRJ, foi apenas a possível adulteração dos áudios entregues às autoridades pelo condomínio.