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Parlamentar não pode propagar violência, mas não deve ser preso como marginal. Ministros que erram, de maneira imperdoável, precisam ser contidos

Jorge Kajuru

Luiz Fux: presidente do Supremo Tribunal Federal | Foto: Beto Barata/PR

Presidente Fux, o senhor é sabedor do respeito e admiração que lhe tenho. Também tem conhecimento que eu sempre soube separar os porcos e os pássaros do STF. Todavia permita-me discordar da definição usada pelo senhor imaginando um suicídio dos parlamentares nesse caso lamentável envolvendo o deputado federal do PSL Daniel Silveira.

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Já opinei que para definir o STF como um poder intocável ou que até manda no Brasil, você jamais pode dizer que o bom ministro Edson Fachin tem que levar uma surra.

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Entendo que um ministro (e aí tem uns cinco) deve ser punido por julgamentos revoltantes, que provocam a indignação e a descrença da pátria amada, além de manchar a imagem do Supremo. E aí, presidente, se acaba generalizando de forma errada, repito em função da separação dos porcos com os pássaros.

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Conclusão: um parlamentar tem a imunidade e liberdade de expressão. Mas não pode, em hipótese alguma, propagar violência. Assim como também não pode ser preso como um marginal. Definitivamente, temos que definir até que ponto, sem censura, um parlamentar pode ir. Do mesmo modo, ministros que cometem erros imperdoáveis precisam ter o limite até onde julga.

Respeitosamente, senador Jorge Kajuru, do partido Cidadania.