Depoimentos envolvem cerca de 120 políticos de todo o Brasil. Regimento interno do STF permite que presidente decida sobre questões urgentes em casos excepcionais

Segundo o jornal O Globo, pode ser que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, não espere o fim do recesso para homologar as delações premiadas dos executivos da Odebrecht. Os delatores teriam implicado cerca de 120 políticos nas irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato.

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Cármen pode homologar as decisões conforme previsão do regimento interno da STF, que diz que, em casos de gravidade e excepcionabilidade, a presidente pode tomar a responsabilidade para si. No total, são cerca de 800 depoimentos de 77 funcionários e ex-funcionários da empreiteira.

A previsão era de que Zavascki fosse homologar a lista já no início de fevereiro. Além da questão das delações, Cármen também terá que decidir sobre a redistribuição dos processos da Lava Jato, que estavam com o ex-ministro do STF, Teori Zavascki, morto em acidente aéreo na última quinta-feira (19/1).

No velório de Teori no último sábado (21), o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou que só vai indicar o sucessor do ex-ministro depois que a relatoria da Lava Jato for redistribuída. Antes da declaração, havia o receio de que ele indicasse um aliado seu para barrar o avanço das investigações.