Cardozo: “Dilma não se curvará e lutará até o fim”

18 abril 2016 às 11h52

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Advogado-geral da União criticou aprovação do pedido de impeachment na Câmara e destacou força da presidente que, segundo ele, se mantém serena

O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, criticou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (18/4) a aprovação do processo de impeachment no domingo (17) e defendeu a presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ele, a decisão na Câmara dos Deputados foi recebida pelo governo com “indignação e tristeza”.
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Como já vinha afirmando em declarações anteriores, o ministro criticou o embasamento do pedido de impeachment. “A convicção dos deputados foi formada a partir de um relatório ao meu ver equivocado, que não apontou atos, que não apontou dolo, mas que se há dúvida a denúncia prossegue”, alfinetou. Para ele, a votação foi meramente político e, por isso, o Planalto avalia a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para barrar a decisão.
Ele também acredita que o processo não passará no Senado, onde o pedido será conduzido com mais parcimônia. “No Senado é diferente, vai ter prova, vai ter julgamento em ritos procedimentais rígidos. É outra realidade”, ressaltou. “Agora o campo não é mais de plausibilidade, é de prova indiscutível”, acrescentou ele.
Destacando a reação da presidente, Cardozo disse que Dilma se mantém serena e que não deixará a luta. “A presidente não se abaterá e nem deixará de lutar. Não é das pessoas que têm apego a cargos, mas é uma pessoa que tem apego a princípios”, defendeu ele. “Se alguém imagina que ela se curvará, se engana. Uma pessoa que luta por causas vai até o fim nessa luta para escrever na história que ela não se acovardou”, continuou.
“A presidente continua serena, é uma mulher de fibra, forte e sabe como lutar uma boa luta. Muitas vezes, aqueles que ainda são imbuídos de um sentimento machista presumem que as mulheres sejam fracas nessa hora, mas não”, garantiu, acrescentando que ela fará um pronunciamento ainda nesta segunda-feira (18).
Segundo ele, a luta de Dilma não é só pelo cargo: “Não é só o mandato de presidente da República que está em jogo. É a história do país e da democracia, e é a possibilidade que nós temos de derrotar aqueles que querem construir um governo sem legitimidade, que não vem das urnas”. “Ela lutará para que mais uma vez o Brasil não sofra um golpe de Estado”.