“Capeta careca” atrapalha o governo Bolsonaro, diz Damares
13 abril 2022 às 19h05

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Política deixou o Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos para concorrer às eleições
Em uma transmissão nas redes sociais do deputado federal e pré-candidato ao Governo de Goiás Major Vítor Hugo (PL), a ex-ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos), disse que “tudo conspirou para que o governo cristão [ao qual fez parte por três anos] não desse certo” e que até teria um “capeta careca” que seria enviado para atrapalhar a administração do presidente Jair Bolsonaro (PL). O discurso da republicana ocorreu nesta quarta-feira, 13, durante um café da manhã com líderes evangélicos.
“É um outro tempo [o governo dela e do liberal], mas o inferno está com muita raiva. Está se levantando e mandou uns capetas que vocês não têm ideia. Tem até um até careca. Vocês não têm ideia, pastores. Não tem sido fácil. Tudo se levanta contra [inaudível]”, disse, no encontro com o presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil (CGADB), José Wellington Costa Júnior. A agenda também incluiu outros pastores e representantes das igrejas evangélicas.
“Teve Brumadinho, queimada no pantanal, e aí vai. Quando achava que não tinha mais nada, o Congresso começa a brigar entre si, o Judiciário a se levantar contra nós e, quando não achava que não tinha mais nada contra nós, veio uma pandemia. E quando estávamos no final de uma pandemia, vem uma guerra. Tudo conspirou para que um governo cristão não desse certo”, continuou a ex-ministra no discurso que, segundo ela, foi prestigiado por um presidente de uma agremiação religiosa que representa as igrejas no Consenso de Genebra da Organização das Nações Unidas (ONU) na luta contra o aborto e no combate à morte de cristãos.
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A ex-ministra também afirmou que, apesar das adversidades satânicas, tudo o que foi acordado com a Assembleia de Deus e com os “irmãos” está sendo cumprido desde 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República. Ela cita, por exemplo, que todas as reuniões de ministros acontecem com orações e que o Palácio da Alvorada conta com vigílias e orações constantes.
A relação do governo Bolsonaro com o segmento evangélico, inclusive, está no centro de uma das crises que o governo enfrenta. Os pastores goianos Arilton Moura e Gilmar Santos, ligados à Igreja Ministério Cristo para Todos, na Capital, são acusados de envolvimento em um esquema de corrupção do Ministério da Educação (MEC), episódio que ‘derrubou’ o titular Milton Ribeiro. Segundo denúncias, os religiosos exigiam dinheiro em contrapartida para liberação de recursos públicos da pasta. Jair Bolsonaro foi ligado ao caso porque, em um áudio, Milton Ribeiro diz que “a prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor GIlmar” por uma orientação que o presidente teria dado em relação a “questão do Gilmar”, o pastor goiano que está no cerne da crise.