Candidatos a presidente da OAB-GO participam de debate na Rádio 107,3
17 novembro 2015 às 17h04
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Debate foi realizado no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG)
A dez dias das eleições para a Ordem dos Advogados do Brasil – seção Goiás (OAB-GO), os candidatos à presidência participaram, na manhã desta terça-feira (17/11) de um debate realizado pela Rádio 107 FM no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).
Os presidenciáveis dessas eleições da OAB-GO são Flávio Buonaduce, da chapa OAB Forte, Lúcio Flávio Paiva, da OAB que Queremos, e Enil Henrique, da OAB Independente. O debate realizado nesta terça não foi o primeiro do período eleitoral, mas teve uma importância maior por ser a oportunidade para conquistar eleitores indecisos com a proximidade da votação.
Talvez por isso, o tom das perguntas foi um pouco diferente das ocasiões anteriores. Na maior parte do tempo, os debatedores se preocuparam em fazer questionamentos que testaram o conhecimento dos pretensos presidentes sobre o funcionamento da Ordem.
Apesar de as discussões terem sido mais propositivas, a já bastante criticada postura do candidato Lúcio Flávio, da oposição, de criticar o que já foi feito pelas administrações anteriores, ao invés de apresentar soluções, foi adotada por ele mais uma vez.
Durante o segundo bloco, o candidato perguntou a Flávio Buonaduce qual seria a opinião dele sobre a Lei Complementar 151 de 2015, que transfere dos judiciários estaduais para os poderes executivos parte do valor dos depósitos referentes a processos em que o Distrito Federal e os municípios sejam parte, para fins de quitação de precatórios.
Segundo Lúcio Flávio, a medida seria um “potencial avanço do poder público sobre valores do contribuinte”. O advogado perguntou por que a OAB Forte não se manifestou contra a lei. Flávio Buonaduce explicou que o não pagamento dos precatórios é uma dificuldade com a qual a sociedade convive há muito tempo e que a lei complementar pode trazer uma solução para o problema.
“Todo e qualquer tipo de lei que venha a facilitar e dar efetividade a uma decisão judicial que está sendo descumprida é bem vinda. O que temos que deixar claro é se isso vai ser bem implementado, porque já ocorreram situações no passado em que esse tipo de política gerou prejuízo para o próprio credor, uma vez que havia necessidade de observar uma gradação de desconto”, respondeu.
Na réplica, Lúcio Flávio discordou do adversário. “Acho essa lei uma das mais absurdas que foram aprovadas recentemente, uma das leis que deveriam ter recebido dos conselhos da OAB uma pronta manifestação contrária”, afirmou. “O que acontecerá é que o poder público sacará esses depósitos e não irá adimplir a fila de precatórios existentes e os depositantes, ao final das ações, não terão os valores de volta. É extremamente preocupante”, anteviu.
Na tréplica, Flávio Buonaduce manteve sua opinião e apontou a fragilidade dos questionamentos do outro candidato, que constantemente demonstra não conhecer as atividades realizadas no interior da Ordem.
“Você está fazendo um exercício de adivinhação. Se há possibilidade de se buscar uma solução eu tenho que acreditar nessa solução. Talvez o senhor não saiba, mas o Conselho Federal participou dessa discussão através dos órgãos competentes. O que nós temos que propiciar são formas e soluções para resolver o problema e não simplesmente dizer que não vai funcionar. Se eu não fizer isso e simplesmente criticá-las, achando que não serão respeitadas pelo poder público, eu posso ficar em casa, e não é isso que a sociedade quer”, argumentou.
Atrapalhado e com dificuldade para formular perguntas e respostas, o candidato Enil Henrique repetiu o mesmo desempenho dos debates anteriores. Como em outras ocasiões, o advogado, que já chegou a se atrasar para outros debates, foi o último a chegar. Ao final das discussões, os repórteres realizaram entrevistas ao vivo com os candidatos. Nesse momento, a fala de Lúcio Flávio teve que ser interrompida para que Enil pudesse ser entrevistado, pois ele tinha um compromisso urgente.
Mais uma vez, Flávio Buonaduce foi o candidato que demonstrou mais segurança e conhecimento sobre a OAB-GO. O advogado é reconhecido por sua prática de utilizar os momentos de debate para discutir as principais demandas da advocacia e apresentar suas propostas.