Campanha de Leandro Vilela move ação por abuso de poder político e econômico de Vilmar e Alcides
10 setembro 2024 às 18h16
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A campanha do candidato do MDB à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela, entrou com uma ação de investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra o prefeito da cidade, Vilmar Mariano, e sua esposa, Sulnara Gomes Santana, por abuso de poder político e econômico durante as eleições. Segundo o documento, Vilmar usou a máquina pública para pressionar servidores a votar em Professor Alcides (PL). De acordo com a ação, Vilmar teria exonerado e ameaçado demitir servidores que não fizessem o que lhes foi pedido.
Na ação, Vilela argumenta que após a retirada do nome de Vilmar Mariano na concorrência à reeleição e o anúncio de apoio à Professor Alcides, houve uma onda de exonerações no município. O documento afirma que foram cerca de 680 entre junho e agosto deste ano e que isso visava coagir servidores apoiados pelo prefeito.
Além disso, a petição afirma que tanto o prefeito, quanto a primeira-dama, condicionaram a manutenção de cargos comissionados na prefeitura ao apoio à candidatura de Alcides. Os servidores comissionados seriam pressionados a declarar apoio ao candidato sob pena de exoneração. O documento também cita áudios da primeira-dama exigindo apoio a Alcides, ameaçando exonerar os que recusassem.
Em um áudio, que foi anexado ao processo, atribuído a uma reunião da primeira-dama, Sulnara Gomes, com uma servidora de nome Joelma ela questiona diversas vezes quem está “desse lado” se referindo ao prefeito Vilmar Mariano.
“O Vilmar precisa amarrar as calças e fazer o Olair ( Silva Gomes, candidato a vereador), porque se não ele não tem 2026 e nós não podemos ficar fora do processo. Se o Professor ganhar e cumprir conosco, porque também não tem palavra, vai ser ótimo e com o Leandro a gente não vai andar, porque ele não cumpriu”, relata no áudio.
A conversa continua e no suposto áudio da primeira-dama ela questiona: “quem foi mais traíra é o Professor ou o Gustavo?”. A servidora diz não saber responder e a primeira-dama continua. “Você é política, você entende e o que eu não posso admitir é vocês abrir uma ala para o povo passar”.
A servidora finaliza dizendo que vai apoiar o vereador Isaac Martins (UB), então líder do prefeito na Câmara Municipal e que não teria condições de apoiar o candidato Olair, bancado pelo Paço aparecidense. “Olha Sulnara, o que eu tenho para dizer para você é que eu sou Isaac, aí ele decide com vocês o meu prefeito e eu vou respeitar, o que o Isaac fizer está feito”, disse a servidora.
Em seguida a primeira-dama afirma no áudio dizendo que iria conversar com o vereador e que dependendo da resposta iria providenciar a demissão dela. “Então eu vou conversar com o Isaac e se ele não conversar com você eu vou fazer a sua exoneração. Eu só quero agradecer a você pelo tempo em que esteve aqui, você um avião para trabalhar, mas agora o que eu não posso é ficar com as pessoas em cima do muro e se a gente tiver que perder a gente vai perder em pé, porque o grupo não racha e você rachou”. A conversa continua entre a servidora e a primeira-dama.
O áudio da conversa tem mais de 26 minutos e no decorrer da conversa fica claro que a conversa começou antes do dia 16 de agosto, data em que as campanhas começaram a ir para a rua. O documento protocolado na Justiça Eleitoral também cita que a máquina pública foi utilizada para favorecer o candidato. Servidores seriam coagidos a participar de eventos e realizar atividades de campanha, configurando abuso de poder político e econômico. Isso seria feito em troca de apoio político futuro.
De acordo com a petição, as ações supostamente tomadas por Vilmar violam o direito fundamental dos servidores à liberdade de voto e à dignidade da pessoa humana, ao os coagirem a apoiar determinados candidatos sob ameaça de perderem seus empregos.
A ação pede a cassação dos registros dos candidatos e a inelegibilidade de Vilmar Mariano, Sulnara, Professor Alcides, Max Santos, candidato a vice de Alcides, e Olair Silva Gomes, que é acusado de se beneficiar do suposto esquema.
A reportagem entrou em contato com Professor Alcides e também o o prefeito Vilmar Mariano, mas até a publicação desta reportagem não tivemos retorno. O Jornal Opção também tentou contato com Leandro Vilela, mas sem sucesso. O espaço continuar aberto para esclarecimentos.
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