A Câmara Municipal de Anápolis votará nesta quarta-feira, 11, um projeto de suplementação orçamentária proposto pelo prefeito Roberto Naves (Republicanos), que gerou debate entre Executivo e Legislativo.

O texto inicial, que previa um aumento de 12% no índice de suplementação, elevando-o de 38% para 50%, foi rejeitado pelos vereadores na última semana por não alcançar os 12 votos necessários para aprovação.

Agora, o novo projeto, com foco em manter o índice de suplementação em 38%, ainda enfrenta resistências. A principal controvérsia gira em torno da falta de detalhes no projeto.

“O texto veio extremamente vago. Não explica de onde será retirado o dinheiro nem para onde será alocado”, afirmou um parlamentar consultado pelo Jornal Opção. Segundo a fonte, o objetivo agora é garantir que os recursos sejam direcionados exclusivamente para o pagamento da folha de servidores.

Vale ressaltar que a mudança no projeto, com o índice fixado em 38%, passaria a excluir despesas com três finalidades principais: pagamento de pessoal, cumprimento de sentenças judiciais e aporte em fundos de educação, saúde, previdência e integração social.

“Queremos apresentar um substitutivo que limite a suplementação apenas para o pagamento de salários. Isso é básico e deve ser garantido”, explicou a fonte ouvida. A justificativa para a proposta se baseia na necessidade de flexibilizar o limite de suplementação para garantir o funcionamento dos serviços essenciais e honrar compromissos do município, especialmente o pagamento de pessoal.

O prefeito argumenta que a gestão resultou em um aumento na arrecadação, o que assegura a cobertura das despesas. “Precisamos garantir que esse dinheiro será realmente usado para os funcionários e não para outros fins”, pontuou a fonte.

Pelas redes sociais, Naves criticou duramente a rejeição do projeto. Ele alegou sobre possíveis impactos negativos caso o impasse não seja resolvido e convocou os servidores municipais para pressionarem os vereadores durante a nova votação.

“Esse ano, depois de tudo o que nós fizemos e trabalhamos, conseguimos aumentar a arrecadação do município de Anápolis em mais de 80 milhões de reais. Mas, para utilizarmos esse dinheiro, precisamos que a Câmara aprove o aumento do orçamento”, explicou Naves. “Hoje, o município de Anápolis tem dinheiro, está em caixa, parado, e eu não posso pagar por falta de autorização da Câmara.”

“Se não tiver a autorização da Câmara de Vereadores, os servidores da prefeitura ficarão sem receber. Nós não conseguiremos pagar a gasolina das ambulâncias do SAMU e nem o dinheiro da Santa Casa”, destacou o prefeito.

Naves também acusou setores políticos de tentar causar instabilidade nas contas municipais com o objetivo de prejudicar sua gestão. “Estão tentando transformar uma cidade organizada, com as finanças em dia, em um caos. Para quê? Para facilitar a vida daqueles que vão assumir a partir do dia 1º”, afirmou.

Leia também: