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Um estudo do sistema de saúde Northwestern Medicine, nos Estados Unidos, aponta que o coração de boa parte dos adultos do país tem idade biológica muito maior que a cronológica — em alguns casos, a diferença passa de 10 anos. O principal motivo, segundo os pesquisadores, é a falta de hábitos saudáveis.

A análise, publicada em 30 de julho na revista JAMA Cardiology, avaliou dados de 14 mil pessoas sem histórico de doenças cardiovasculares. Para isso, usou uma “calculadora” que estima a idade cardíaca a partir de informações como pressão arterial, colesterol, tabagismo e diabetes, com base em equações da American Heart Association. A ferramenta está disponível online e pode ser testada gratuitamente.

Diferenças por gênero e grupos sociais

Na média, mulheres apresentaram idade cardíaca 4,1 anos acima da real; entre homens, a diferença foi de 7 anos. O índice é ainda maior em grupos marginalizados: homens negros registraram 8,5 anos a mais, contra 6,4 anos entre homens brancos. Mulheres negras e latinas também tiveram resultados piores que mulheres brancas e asiáticas. Pessoas com menor renda e escolaridade foram igualmente mais afetadas.

Para a cardiologista Sadiya Khan, que liderou o estudo, o dado reforça a necessidade de ações preventivas. “Identificar indivíduos com idade cardíaca avançada pode ajudar a priorizar a prevenção em quem está em maior risco”, afirma.

Prevenção e mudanças de hábitos

Khan espera que a ferramenta seja usada na atenção primária para orientar pacientes. Exercícios físicos, dieta equilibrada, controle da pressão e do colesterol, além de parar de fumar, podem reduzir a diferença entre idade cardíaca e idade real. “Nossa esperança é capacitar as pessoas para otimizar a saúde do coração, envelhecer melhor e viver mais”, diz a pesquisadora.

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