“Caiado vai na contramão da história”, afirma empresário após proposta sobre incentivos fiscais
22 novembro 2018 às 16h41
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Governador eleito, Ronaldo Caiado, sugeriu corte de R$ 1 bilhão em incentivos em Goiás
A reunião entre a Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial) e o governador governador eleito Ronaldo Caiado (DEM), realizada na manhã desta quinta-feira (22/11), manteve a polêmica dos benefícios fiscais. O democrata apresentou uma proposta sobre incentivos que parece não ter agradado muito.
Ao analisar a proposta, que prevê a redução da política de incentivos fiscais no Estado, com impacto de R$ 1 bilhão por ano, um dos fundadores e conselheiro da Adial, Cyro Miranda, disse que o governador eleito vai na contramão da história de Goiás. “Já tenho a informação que Minas Gerais vai implantar uma politica agressiva de incentivos, assim como Brasília, que sancionou essa semana a Lei”, disse o ex-senador ao explanar que “isso só mostra como Goiás está retrocedendo numa luta de 20 anos, que é a de atrair empresas para nosso estado”.
Para Cyro, Caiado está mal assessorado, e quem fez o estudo da proposta analisada hoje pela Adial, segundo ele, desconhece a realidade do estado. “Goiás não terá mais uma política desenvolvimentista e sim arrecadadista e isso, como sabemos, é retrocesso. Algumas empresas, a exemplo da Unilever, já sinalizaram que vão deixar Goiás, como é o caso da Mitsubishi, que já informou que encerrará a produção e que pretende sair do estado”, contou.
O empresário teme, ainda, um isolamento de Goiás quando a notícia dessa regressão na política de incentivos se espalhar pelo Brasil. “Brasília que já sancionou a convalidação dos incentivos fiscais é aqui do lado. Logo, as indústrias migrarão para lá”, disse Cyro ao garantir que os empresários saíram arrasados da reunião com o governador.
Outro aspecto que o conselheiro da Adial destacou foi o fato de Caiado, após a reunião, transferir a responsabilidade de negociação dos incentivos fiscais com os deputados estaduais. “Quando sinalizamos que apresentaríamos uma contraproposta, o governador se esquivou e disse que agora a discussão é com a Assembleia, sendo que isso é um assunto para ser discutido com o Poder Executivo”, falou.