Governador afirma que chegarão a Goiás, inicialmente, 20 pessoas vindas de Manaus. Mas a oferta total do Estado foi de 120 leitos, a maior até o momento

Caiado em coletiva após cerimônia de posse do prefeito Rogério Cruz | Foto: Lívia Barbosa / Jornal Opção

O governador Ronaldo Caiado (DEM) afirmou nesta sexta-feira, 15, que o sentimento de solidariedade e respeito à vida motivou o Estado a receber pacientes com Covid-19 vindos do Amazonas. “Jamais deixei dúvida qualquer sobre Goiás, caso tivesse condições, receber todo e qualquer cidadão com risco de vida para ser tratado”, disse.

A determinação à Secretaria Estadual de Saúde partiu do governador, junto ao diretor do Hospital das Clínicas, José Garcia, e secretaria municipal. “Para acolhermos gradualmente aquelas pessoas que estão com maior nível de comprometimento pela Covid-19 em Manaus”, detalhou Caiado.

O governador detalhou que chegarão a Goiás, inicialmente, 20 pessoas. Mas a oferta total do Estado foi de 120 leitos, a maior até o momento. “Isso tudo muito bem organizado”, acentuou o governador. “Sabemos que outros desafios virão, temos um nível ascendente neste momento, passamos de 54% para 64% de ocupação dos leitos”, acrescentou.

“Peço à população que nos ajude, que mantenham as máscaras e distanciamento. E não promovam aglomerações, por favor, já que a vacina está por aí a poucos dias”, disparou o governador em entrevista coletiva após a posse do prefeito Rogério Cruz, marcada por aglomeração.

O governador defendeu que Goiás tem responsabilidade de dar atenção às pessoas que estão morrendo asfixiadas neste momento. “Eu pergunto se é justo simplesmente dizer que o problema é do estado do Amazonas?”, questiona Ronaldo Caiado. “Seria um gesto totalmente desumano e acho que nós, goianos, temos outro sentimento o da solidariedade”, emendou o governador.

Ao ser questionado sobre Goiás trazer novas variações do coronavírus com a vinda dos pacientes de outros estados, o governador mostrou indignação. Ele lembrou que quando recebeu os pacientes vindos da China também foi alvo de ataques por parte de empresários “que só pensam nos seus bolsos”.

“Acho que nós precisamos, neste momento, ser solidários. (…) Os desafios são feitos para nós, líderes, assumirmos responsabilidade e não para cruzarmos os braços e deixarmos aquelas pessoas seja lá na China ou em Manaus. E quanto às cepas já temos várias, então é preciso desmitificar essa tese de cepa de Manaus, cepa da Espanha, as mutações virais acontecem”, concluiu.

Por fim, Caiado afirmou que país algum tem capacidade ilimitada de atendimento diante da pandemia, por isso, é preciso que a população colabore e mantenha todos os cuidados para evitar a contaminação. “Grandes economias colapsaram”, lembrou o governador ao citar a situação dos Estados Unidos.

Hospital das Clínicas

O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, detalhou ao Jornal Opção que o pedido de ajuda partiu do governo federal. “Temos em torno de 700 pessoas lá com a possibilidade real de óbito por asfixia. É uma situação humanitária, não é simplesmente uma decisão de gestão. O governo está agindo de maneira solidaria”, explicou.

Ele adiantou que 120 leitos já estão prontos no Hospital das Clínicas. Ao todo, a unidade da UFG conta com 300 leitos. “O uso desses 120 leitos não compromete a estatística de que temos mais de 60% dos leitos ocupados, pois tratam-se de leitos extras, ou seja não entram na contabilidade do Estado”, detalhou.