Cadu deverá ser denunciado por novo crime, segundo MPGO
28 outubro 2014 às 13h05

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Assassino deve ter tipificação de tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte) alterada para latrocínio. A vítima, Marcos Vinícius d’Abadia, faleceu na semana passada

A morte do agente penitenciário Marcos Vinícius Lemes d’Abadia, de 45 anos, na tarde da última quinta-feira (23/10), deve causar alterações no processo criminal de seu assassino, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, de 29 anos.
O Ministério Público de Goiás (MPGO) deve alterar a tipificação do crime no qual Cadu foi denunciado: o de tentativa de latrocínio — roubo seguido de morte. Agora, ele deve ser denunciado por latrocínio. A mudança é necessária pela morte da vítima, que ficou internada por quase dois meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
Marcos Vinícius d’Abadia foi submetido a diversas cirurgias e chegou a apresentar melhoras na última semana. Mesmo resistindo por 57 dias, a morte cerebral foi constatada.
Cadu também foi denunciado por receptação e porte ilegal de arma de fogo com numeração raspada. Todos os encaminhamentos foram feitos no dia 15 de setembro. Cadu está preso no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
A morte de Marcos Vinícius d’Abadia não altera a estratégia para livrá-lo do crime, informou o advogado de defesa. Ele responde a três processos em segredo de Justiça, conforme o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).
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Morte de agente
Marcus Vinícius d’Abadia foi atingido com um tiro na cabeça ao reagir a um assalto no dia 28 de agosto deste ano, no Setor Bueno, em Goiânia. Após entrar em briga corporal com Cadu, a vítima foi alvejada e o autor do disparo fugiu com a ajuda de um comparsa.
O agente foi enterrado no dia seguinte após sua morte, no Cemitério Memorial Parque.
Outro crime
Cadu também é acusado de matar com tiros o estudante Mateus Morais, de 21 anos, três dias após atirar no agente, também em Goiânia. O jovem foi preso na capital no dia 1º de setembro, durante uma abordagem policial.
Diagnosticado com esquizofrenia, ele passava por acompanhamento psiquiátrico na época dos crimes. Neste período, o pai do jovem informou que o filho havia demonstrado alterações de comportamento.
Morte de cartunista
Após o assassinato do cartunista Glauco, em 2010, Cadu foi declarado inimputável pela Justiça em 2011, tendo ficado inicialmente em um complexo médico penal do Paraná. No ano seguinte, ele foi transferido para Goiânia. Com isso, não pode ser julgado, pois é considerado inimputável. Isso significa que ele é incapaz de responder pelos seus atos.
Em setembro do ano passado, a Justiça de Goiás decidiu que o assassino poderia sair da clínica psiquiátrica onde estava internado e voltar para a casa de seus pais. Conforme decisão judicial da época, o jovem estaria apto a passar para o tratamento ambulatorial.