Buonaduce: “Gestão da Ordem deve ir além de apenas enfrentar a crise”
01 abril 2016 às 21h55
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Em visita ao Jornal Opção, advogado Flávio Buonaduce defendeu que a atual gestão OAB-GO precisa olhar mais pelo advogado
Nesta sexta-feira (1º/4), o Jornal Opção recebeu a visita do advogado e ex-candidato a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO) pela chapa OAB Forte, Flávio Buonaduce Borges. Buonaduce defendeu, em entrevista, que os problemas financeiros detectados pela atual gestão, liderada pelo presidente Lúcio Flávio de Paiva, sejam enfrentados e solucionados.
De acordo com o advogado, a dívida levantada pela atual gestão era algo conhecido desde o ano passado. “Todos sabíamos das dificuldades, inclusive todo o País sofre por causa da crise econômica”, descreveu Buonaduce. Para ele, a dimensão desse problema financeiro é algo que o candidato que fosse eleito não poderia ignorar e teria mesmo de enfrentar. “É importante reconhecer que ele (Lúcio Flávio) tem demonstrado essa vontade.”
No entanto, Buonaduce sugere que existem problemas maiores do que apenas discutir a crise ou os rombos nas contas apontados pela atual gestão da OAB-GO. “O problema maior que impacta o advogado hoje é a dificuldade de se manter no mercado de trabalho. E isso piorou neste ano. A crise não cessou e qualquer atividade profissional hoje tem dificuldade de se manter”, alertou Buonaduce.
De acordo com o advogado, o que também deve ser discutido pela presidência da OAB-GO, além de buscar soluções para a crise financeira detectada na entidade, é o que se pode pensar para o futuro do advogado enquanto associado da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás e com profissional da área. “Várias propostas apresentadas no período eleitoral independem de dinheiro, são de posicionamento da instituição”, lembrou.
Segundo Buonaduce, o que o profissional quer ver, na prática, é uma Ordem fortalecida pelo advogado, e não o contrário. “Lógico que tem que se preocupar com a questão financeira, lógico que tem que fazer enfrentamento e gestão de economia, mas a Ordem é mais que isso: tem que se preocupar com o advogado.”
E destacou: “A gente espera, e eu espero como advogado, que a instituição também lembre de nós. Que o problema não é só como gerir o dinheiro, mas que a gente também precisa do acalanto da instituição na defesa das nossas prerrogativas, na defesa da nossa profissão”.
Buonaduce disse que é preciso que se reconheça um momento no qual a eleição da entidade já foi ultrapassada, não há mais chapas ou disputa por votos para dirigir a Ordem. “Hoje todos nós somos advogados. Não existem grupos, existe a instituição OAB. E nós pretendemos que nos represente. E é isso que todo advogado quer. E acho que todos têm que lembrar: não existe mais campanha”, afirmou.
Sobre as decisões quanto a medidas de “austeridade” na OAB-GO tomadas pela presidência da entidade, Buonaduce preferiu não comentar. Apenas concluiu que o período eleitoral na Ordem já passou e que o advogado, “aquele que está lá na ponta”, que vive da profissão aguarda por “benefícios reais”.
E concluiu: “A instituição tem que ser fortalecida pelo advogado, não é o advogado sendo fortalecido através da instituição. Há uma inversão de valores”.