Brasil não investe o suficiente em infraestrutura de transporte há mais de duas décadas
19 julho 2024 às 17h38
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Estudo encomendado pela Logística Brasil aponta que o Brasil não investe o suficiente em infraestrutura de transporte há pelo menos 24 anos. O país teve 5 presidentes da República durante o período em que foi incapaz de investir sequer 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor.
De acordo com os dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o Brasil precisa destinar 2,26% do PIB para cobrir apenas a depreciação dos ativos públicos de transporte. Com o volume insuficiente de recursos ao longo dos últimos 24 anos, a situação se deteriorou no país.
Investimentos em infraestrutura e transporte reduzem custos logísticos e o Custo Brasil, que é o valor gasto por uma empresa para realizar operações no país. Os investimentos em infraestrutura de transportes no país, que consiste em rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias, caiu 16,42% entre 2001 e 2023.
Em seu segundo mandato, Lula (PT) teve a maior proporção de investimentos em infraestrutura de transporte em relação ao PIB. À época, o Brasil parecia seguir uma trajetória desenvolvimentista, mas o governo Dilma (PT) não foi capaz de seguir o nível de investimentos.
No governo Bolsonaro, os investimentos voltaram a subir, mas não chegou ao necessário. Os aportes nos ativos de transportes ficaram estagnados a pouco mais de 0,5% do PIB, impactado pela pandemia.
Esses investimentos públicos nos últimos 24 anos tiveram média de 0,30% em relação ao PIB nominal. O pico de investimentos foi em 2010, quando o governo investiu 0,55% do PIB no setor. O setor privado, por sua vez, teve média de 0,29% de investimento em relação ao PIB. O auge foi em 2005, quando empresas investiram 0,43% em relação ao PIB.
Entre 2012 e 2021, o setor privado foi o principal investidor, com média de 0,26% em relação ao PIB. Nos últimos 2 anos, o governo manteve a média de 0,23% do PIB em investimentos.
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